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Integração de sucesso para portadores de deficiência

Integração de sucesso para portadores de deficiência

Os tempos são de adversidade e todas as armas servem de ajuda para lutar contra o desemprego. Com a missão de auxiliar os cidadãos portadores de deficiência a lançarem-se no mercado de trabalho, a Associação Salvador reuniu esta semana em Lisboa vários participantes, num workshop sobre procura ativa de emprego. Em destaque estiveram as melhores dicas para construir um currículo à prova de sucesso e preparar uma entrevista de emprego, tendo sempre como tema âncora o sucesso de integração profissional.
15.11.2012 | Por Maribela Freitas


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Ser proativo, tomar a iniciativa, ter pensamento positivo, valorizar-se e apostar na formação são palavras-chave sempre que a meta é conseguir emprego. As qualificações contam, mas a atitude é determinante. E foi esta convicção que dominou esta semana o workshop de procura ativa de emprego para portadores de deficiência motora – Aumente o Seu Potencial -, organizado pela Associação Salvador, cuja missão é promover a integração de pessoas com deficiência motora e promover a sua qualidade de vida. O workshop que já soma duas edições e contou nesta com a participação de 23 portadores de deficiência, tem ajudado a mudar vidas. É o caso de Diana Santos que anda de cadeira de rodas. Tem 27 anos, possui uma licenciatura e pós-graduação em Psicologia e está a realizar um mestrado. Atualmente trabalha na área que estudou na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e explica que este workshop foi fundamental para conseguir algumas ferramentas que lhe permitiram ter o trabalho que tem hoje. Há um ano participou no evento e utilizando o que aprendeu, elaborou um curriculum vitae e carta de apresentação muito apelativos que foram a porta de entrada para o seu atual trabalho, a que concorreu por autoproposta. Na carta de apresentação referiu a sua condição de deficiente motora e os benefícios para a empresa se a contratasse. Uma realidade que acabou por acontecer. Mas durante o workshop as opiniões dividiram-se em relação a colocar ou não, no curriculum que se é portador de uma deficiência. Parte dos participantes considerou que pode ser um condicionante na selecção do candidato e que ser portador de deficiência não faz parte das suas qualificações e que será uma situação a revelar apenas na altura em que já se foi selecionado para a entrevista. Isabel Livério e Madalena Pombo, da OED – Operação de Emprego para Pessoas com Deficiência, ocuparam a manhã a ensinar como se deve fazer um curriculum vitae e carta de apresentação, qual o comportamento a ser adotado numa entrevista e que incentivos à contratação existem atualmente em Portugal para esta população. Lembraram que mostrar iniciativa, ser proativo na procura de emprego e estar motivado nas entrevistas, pode fazer a diferença entre conseguir ou não um posto de trabalho. A aposta na formação é também algo que não deve ser descurado. Henrique Figueiras é engenheiro informático, tem 44 anos e ficou tetraplégico num acidente que teve aos 19. Natural do Bombarral, apostou sempre na sua formação. “Aos vinte e poucos anos resolvi vir para Lisboa tirar uma licenciatura”, contou perante a audiência. Antes de acabar o curso já tinha emprego na universidade. Em 2008 resolveu mudar de vida e concorreu a um cargo na Nokia Siemens onde permanece. Revelou que só referiu a sua condição de portador de deficiência na entrevista. O workshop foi ainda preenchido com a apresentação da lei da não discriminação e do sistema de quotas na administração pública para os portadores de deficiência e com ideias apresentadas pela Jason Associates para a valorização pessoal. Pedro Raposo e Andreia Rangel, respetivamente da direção de recursos humanos do BES e da Cisco, falaram do que valorizam num candidato. Para o BES o caráter da pessoa é fundamental e no banco existem 20 funcionários portadores de deficiência num universo de seis mil colaboradores. Já na Cisco a diversidade é encarada como motor da inovação e a empresa valoriza pessoas mobilizadoras e proativas. “O mercado é muito competitivo e a perspetiva tem de ser o que é que eu como trabalhador posso dar à empresa”, referiu Andreia Rangel. Para Salvador Mendes de Almeida, presidente da Associação Salvador, “ações como esta são fundamentais para capacitar as pessoas a apresentarem-se de forma mais competitiva no mercado, sabendo definir uma estratégia de emprego adequada às suas capacidades, mas também para que conheçam melhor as leis que as protegem e quais são os seus direitos para que os possam fazer valer”. Na sua perspetiva muitas empresas desconhecem que ao contratarem uma pessoa com deficiência pagam apenas 11,9% de taxa social única e que o Instituto de Emprego e Formação Profissional, aquando da contratação de um destes profissionais, pode apoiar financeiramente na colocação de rampas na empresa. “Fala-se pouco destes temas em Portugal o que contribui para que não se desmistifiquem as questões da integração profissional das pessoas com deficiência”, salientou. Com o objetivo de chegar mais longe a pessoas que moram fora de Lisboa e não têm a oportunidade de frequentar este tipo de iniciativa, a Associação Salvador que adaptar futuramente os conteúdos deste workshop para formato de e-learning.


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