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Inclusão: a solução para a escassez de talento

Inclusão: a solução para a escassez de talento

Atrair as mulheres para carreiras nas áreas da ciência, tecnologia, engenharia e matemática, por via da inclusão e de um ambiente de trabalho amigo da conciliação familiar, é a solução para a falta de talento nestas áreas. A conclusão resulta de um estudo da multinacional de recrutamento Kelly Services que inquiriu 164 mil trabalhadores em 28 países.

03.09.2016 | Por Cátia Mateus


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As áreas das ciências, tecnologias, engenharias e matemáticas – internacionalmente designadas de STEM (Science, Technology, Engineering and Maths) – estão entre as que mais colocam às empresas dificuldades associadas à escassez de candidatos qualificados. Um estudo recente realizado pela multinacional de recrutamento e gestão de Recursos Humanos Kelly Services, o Kelly Global Workforce Index, revela que “para resolver o problema é necessário envolver as mulheres” que exigem locais de trabalho que lhes dêem maior apoio e empregadores que as ajudem a encontrar um melhor equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.

A predominância de uma cultura masculina que ainda caracteriza as áreas STEM e a menor flexibilidade relativa à vida pessoal demonstrada pelos empregadores do sector, são dois dos principais obstáculos à captação de perfis femininos para carreiras no sector. Ultrapassar estes obstáculos é, segundo o estudo, determinante para colmatar o problema da falta de talento na área. “Em toda a Europa, as mulheres sentem-se menos seguras nas suas funções nas áreas STEM, em comparação com os seus colegas masculinos”, realça o estudo. A análise conclui que apenas 56% das mulheres inquiridas nos vários países reconhecem ocupar um cargo de grande exigência, em comparação com 67% dos seus colegas masculinos.

Conciliação com a família é determinante
36% das mulheres europeias inquiridas neste estudo admitem que perscinderiam de um aumento na remuneração, a favor de horários ou regimes de trabalho mais flexíveis e 29% dizem-se preparadas para sacrificar a progressão na carreira a favor da família. Números que apontam para a necessidade de uma maior inclusão e alterações nas práticas empresariais das organizações do sector, como forma de colmatar a falta de talento na área, atraindo novos perfis profissionais.

Segundo Afonso Carvalho, diretor-geral da Kelly Services, “estes resultados são válidos nos diferentes sectores STEM: 70% das inquiridas europeias da área de alta tecnologia, 68% da área de ciências, 65% de tecnologias de informação e 62% de engenharia consideram o equilíbrio trabalho-vida um fator atrativo”. Para o líder da empresa em Portugal, “se queremos reduzir a grave falta de talentos nas áreas STEM na Europa, temos de começar agora a contratar mais mulheres e temos de trabalhar em conjunto”.

No atual mercado de trabalho, reconhece Afonso Carvalho, as trabalhadoras destas áreas procuram um ambiente inclusivo que facilite um maior equilíbrio entre as suas vidas pessoal e profissional. “Já não se trata de um extra poder proporcioná-lo, mas um padrão segundo o qual qualquer organização europeia nas áreas de STEM é avaliada”. As conclusões avançadas pela Kelly Services são sustentadas por um estudo que inquiriu 164 mil trabalhadores em 28 países, procurando analisar e entender a desigualdade de talentos existente entre homens e mulheres nas áreas STEM. O relatório demonstra, segundo Afonso Carvalho “de forma convincente” que as mulheres europeias em carreiras STEM consideram hoje que o equilíbrio trabalho-vida abrange uma conjugação de benefícios muito vasta, para além dos horários flexíveis e da possibilidade de trabalho a partir de casa.



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