Os profissionais das tecnologias de informação (TI) vivem bons momentos em território nacional. O sector está claramente em contraciclo com a adversidade económica e com a estagnação do mercado de trabalho nacional. Há até mesmo quem fale de pleno emprego para estes profissionais. Num país onde o desemprego é notícia diária, as TI continuam a registar elevada procura, sobretudo nas áreas da programação, investigação e desenvolvimento, obrigando as empresas do sector a investir em métodos bem estruturados para captar os melhores entre os melhores, num mercado altamente competitivo. Captar e reter talentos é o desafio das tecnológicas.
“Recrutar é, atualmente, um dos maiores desafios na área dos recursos humanos”. A afirmação vem de Nuno Freitas, diretor geral da Upgrade, a empresa de outsourcing e consultoria de recursos humanos especializados nas áreas das TI e telecomunicações, que tem em aberto 300 vagas para preencher. Nuno Freitas garante que apesar da conjuntura, Portugal tem capacidade para acolher todos estes profissionais e mais, que certamente serão necessários. A empresa tem disponíveis mais de três centenas de postos de trabalho na área das TI e telecomunicações, mas o diretor geral adianta que “ao longo do ano são abertas novas vagas”.
Para detetar e recrutar todos estes talentos, a Upgrade criou o programa “I want Geeks”, porque a meta é contratar os melhores entre os melhores e estar o mais próximo possível dos perfis que se que atingir (ver caixa). E não se pense que estamos a falar de 300 vagas para trabalhar no estrangeiro. Não. As funções a preencher são em território nacional e a meta é que estes profissionais estejam identificados a curto prazo. “Até ao final do ano contamos preencher todas estas vagas, nos vários projetos em que estamos envolvidos”, explica Nuno Freitas adiantando que “ao longo do ano vão surgindo novas necessidades por parte de clientes, pelo que as vagas nunca estão preenchidas na sua totalidade”.
O responsável, confirma a dinâmica do sector adiantando que para captar e reter os melhores é preciso saber surpreendê-los. Na Upgrade trabalham centenas de profissionais qualificados que são alocados em projetos nos vários clientes da empresa que opera nos setores da Banca, TI, Telecomunicações, Utilities, Professional Services e muitos outros. A empresa apresenta soluções de outsourcing para projetos de média e longa duração e recruta quase em continuidade ao longo de todo o ano para poder dar resposta às exigências das empresas clientes.
No programa de recrutamento agora em marcha – o “I want Geeks!” – a Upgrade procura profissionais com formação superior na área das TI e telecomunicações, mas Nuno Freitas explica que “existem também algumas funções disponíveis para profissionais com formação equivalente ao 12º ano, nas mesmas áreas”. Segundo o responsável, ao nível das telecomunicações “a Upgrade procura essencialmente engenheiros de telecomunicações, consultores de telecomunicações (planeamento e otimização), consultores de telecomunicações (implementação de redes móveis) e técnicos de telecomunicações”. Já nas TI, as necessidades residem sobretudo em perfis com experiência em Java, C++ e BI.
O perfil de competências exigido pela empresa varia em função de cada oferta, mas como refere o diretor geral, “de um modo geral todas exigem competências técnicas em áreas das novas tecnologias e um bom domínio de inglês. Algumas posições exigem também disponibilidade para trabalhar por turnos ou conhecimentos de castelhano”.
No sítio da empresa, há um vasto leque de funções disponíveis. São quatro aquelas em que a empresa coloca maior empenho em recrutar: engenheiros de telecomunicações, com responsabilidades ao nível do upgrade e troubleshooting a equipamentos, identificação de problemas e elaboração de reports; consultores de telecomunicações com responsabilidade no âmbito do planeamento e otimização de redes, nomeadamente na análise da evolução dos indicadores de qualidade de serviço; consultores de telecomunicações para implementação de redes móveis, com responsabilidade na configuração, integração e verificação remota de Client Base Stations (GSM e UMTS) e técnicos de telecomunicações, com responsabilidade de monitorização de redes de telecomunicações e respetiva resolução de avarias. Perfis que para Nuno Freitas “Portugal ainda tem capacidade de absorver, em projetos de grande dimensão”.
Recrutar nas TI: uma missão desafiante
“Recrutar é, atualmente, uma das mais desafiantes missões na área dos recursos humanos. Transversal a todos os sectores”, reconhece Nuno Freitas. Um desafio que se torna maior em sectores especializados, onde as exigências e especificidades são grandes, como é o caso das tecnologias de informação. “O desafio tornou-se enorme”, enfatiza o líder da Upgrade, adiantando que a empresa que gere tem optado por “procurar formas alternativas de chegar aos candidatos, não sendo suficiente recorrer apenas aos meios tradicionais”.
Para detetar, recrutar e reter talentos num mercado tão competitivo e mutável como é o das TI, Nuno Freitas defende que “é necessário surpreender os candidatos e ter a capacidade de mostrar algo de diferente”. Essa é parte da estratégia do “I want geeks!”. A empresa lançou recentemente a sua campanha de angariação de talentos, procurando criar um conceito forte e capaz de despertar o interesse num perfil muito específico de talentos. “Criámos uma mascote – o E-Sam – inspirado na campanha americana do Uncle Sam, sendo o E-Sam um robot humanoide que confere um lado mais emocional à campanha com a expressão Iwant geeks!”, explica Nuno Freitas.
Os perfis que a empresa quer atrair são “indíviduos atuais que se interessam pelas novas tecnologias e gadgets de uma forma apaixonada”. Na essência, são “geeks”. A campanha está disponível nos novos canais de recrutamento que passam muito pelo online, desde sites de jogos a redes sociais como o Linkedin e o Facebook, com o objetivo de atingir diretamente o público-alvo a que se direciona o recrutamento.
As candidaturas são formalizadas através do sítio online da empresa, em www.upgradem.pt e ao entrar no site, “o candidato é convidado a fazer um pequeno teste que identifica se se trata de facto de um geek”, explica o diretor geral. O teste é composto por um mix de questões técnicas e outras de personalidade, com algum humor à mistura. Nuno Freitas explica que as vagas podem vir a aumentar e garante que os resultados desta campanha de recrutamento merecem já um balanço muito positivo.