A carreira de Anabela Magalhães na área dos recursos humanos começou em 1991. Antes disso e após ter terminado a licenciatura em 1983, trabalhou como psicóloga de orientação vocacional e consulta psicológica durante alguns anos. Depois optou por continuar os estudos e rumou a Birmingham, no Reino Unido, onde ficou três anos e lecionou na Universidade de Aston.
De regresso a Portugal, em 1991 ingressou na Fábrica Nacional de Relógios Reguladora, tendo seguido para as edições Asa. Durante este período a Reguladora foi adquirida pela Schlumberger, para onde Anabela Magalhães foi em 1993. “Tratando-se de uma empresa multinacional com práticas de recursos humanos muito desenvolvidas, o desafio de aprendizagem e desenvolvimento associado à possibilidade de voltar à empresa que me proporcionou o primeiro contacto efetivo com a gestão de recursos humanos, não me permitiu hesitar. Este início de carreira em setores e realidades empresariais distintas, foi crítico para a minha função atual” , revela.
Na direcção de recursos humanos da Optimus desde 1999, confessa que na altura foi também um desafio difícil de recusar. “Era atraente integrar uma empresa recém-criada e com um crescimento fantástico. Foram algumas das razões que me fizeram olhar para este desafio e querer alcança-lo”, conta. Atualmente trabalham na Optimus 1080 pessoas, com uma média de idades que ronda os 36 anos e deste bolo, 84% possuem formação universitária, sendo oriundos especialmente das áreas de engenharia, economia e gestão. Nos últimos anos a empresa tem contratado dezenas de trainees por ano e refere a directora de recursos humanos que “adicionalmente fazemos mais alguns recrutamentos cirúrgicos de acordo com as nossas necessidades de reforço de talento ou de substituição de vagas abertas pelo atrito natural” . Os perfis são diferenciados e contratam desde engenheiros de telecomunicações ou informática, a pessoas formadas em gestão, economia e contabilidade.
“Para além de uma sólida formação académica, a atitude e integridade são aspectos que procuramos” , explica Anabela Magalhães. Quer também pessoas dinâmicas e com coragem para apresentarem os seus pontos de vistas, que se apaixonam pelo que fazem e que têm uma atitude de abertura e cooperação com os outros. Valoriza também na altura de contratar a capacidade de organização e planeamento de trabalho e orientação para resultados, aspetos que são críticos no desempenho de funções. Acrescenta ainda que “ser Optimus é ser dinâmico e proativo. É tomar a iniciativa, ser criativo e inovador. É ter ambição, gostar de trabalhar em equipa, ter sentido de responsabilidade e ser orientado para o negócio e para o cliente. É ter tudo isto, com energia e vontade” .
Em contrapartida a empresa fomenta a mobilidade entre os seus vários departamentos e outras empresas do Grupo Sonae. As vagas são publicadas internamente e os funcionários da Optimus dispõem de plataformas internas de gestão de carreira, que os apoiam na orientação do seu percurso e definição de objetivos pessoais dentro da organização.
Existe ainda nesta empresa um programa de estágios, o Start@Optimus. Na sua última edição, no ano passado, ingressaram 36 jovens. “É uma das nossas principais fontes de recrutamento e são um forte contributo para a renovação de quadros” , frisa Anabela Magalhães. Salienta ainda que esta aposta permite-lhes desenvolver as melhores pessoas para a empresa, reforçando o seu alinhamento em relação à cultura, objetivos e estratégia da Optimus.
Anabela Magalhães
53 anos
Diretora de Recursos Humanos da Optimus
Formação: Licenciada em Psicologia pela Universidade do Porto e realizou um MSc/PMBA Personnel Management & Business Administration (PMBA) pela Aston University, em Birmingham, no Reino Unido.
Desafios diários: Manter um clima positivo no qual as pessoas se sintam bem e continuem, dia-a-dia, a encontrar fontes de satisfação no desempenho das suas funções. “Temos de ser criativos, saber ouvir todos, compreender o contexto e desenvolver acções que, de forma direta ou indireta, potenciem uma maior satisfação dos nossos colaboradores”, refere.
Gerir em tempos de crise: Os principais desafios prendem-se com a reavaliação de custos, cruzada com a manutenção da motivação dos colaboradores, os quais podem apresentar nestas alturas, mais preocupação e insegurança face ao seu futuro profissional. Esta situação tem um impacto quase directo na performance dos colaboradores, podendo mesmo levar a alterações ao nível de performance, intenção de saída ou absentismo.
Família: Casada e com duas filhas.
Lema de vida: Ser positiva: o melhor da vida está aqui e agora.