NO PRIMEIRO trimestre de 2005 o país assistiu
a um total de 40 greves, segundo um relatório da Direcção-Geral
de Estudos, Estatística e Planeamento do Ministério do Trabalho
e da Solidariedade Social, agora divulgado. Nestes movimentos reivindicativos
estiveram envolvidos 4753 trabalhadores, o que conduziu a 7629 dias de
trabalho perdidos. No entanto, o resultado prático destas greves
ficou aquém das expectativas. Do total das reivindicações,
66,8% não obtiveram qualquer aceitação.
Na base da esmagadora maioria das greves (65,6%) estão
as questões salariais, seguindo-se as condições
de trabalho (21,8%). O relatório revela ainda que cerca de 75%
das greves ocorridas nos primeiros três meses do ano tiveram uma
duração que variou entre um e cinco dias. É no
sector da indústria transformadora que as reivindicações
mais ocorrem, representando «75% do total das greves apuradas
entre Janeiro e Março, 54% dos trabalhadores envolvidos e 63%
dos dias de trabalho perdidos», revela a o relatório.
Os distritos de Lisboa e Porto foram aqueles onde as greves registaram
uma maior mobilização de trabalhadores em termos absolutos.
Em Lisboa, 1681 funcionários aderiram às greves ocorridas
enquanto no Porto foram 1176 os trabalhadores que se uniram para reivindicar
melhores salários e condições laborais. Contudo,
se a análise incidir sobre os dias de trabalho perdidos, os líderes
são os distritos de Lisboa e Braga com 2309 e 2301 dias perdidos,
respectivamente.
O estudo revela ainda que, comparativamente ao primeiro trimestre de
2004, registaram-se mais sete greves entre Janeiro e Março de
2005, mas houve uma descida no número de trabalhadores envolvidos
e no número de dias de trabalho perdidos em greve.