Vítor Andrade
DE TEMPOS em tempos ouvimos alguém dizer que os portugueses têm
de se qualificar e adquirir novas competências para se tornarem
mais competitivos no mercado de trabalho. Até pode haver quem não
ligue nada ao assunto, mas algumas pessoas levam isso muito a sério
e apostam na sua formação e requalificação
profissional.
Acontece, porém, que muitas vezes, em situações concretas
de recrutamento, a resposta dada às pessoas é que, para
o lugar em disputa, «têm demasiadas qualificações».
Ou seja, o excesso de qualificação é a razão
da não escolha do candidato. O que eu pergunto é só
isto: alguma vez se é demasiado qualificado para fazer o que quer
que seja? Que mal vem ao mundo se tivermos, por exemplo, um licenciado
a servir à mesa de um café - assim ele exerça essa
função com gosto e com profissionalismo? Será que
somos todos «especiais de corrida»?