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Franchising atrai desempregados

Franchising atrai desempregados

O franchising sempre foi um modelo de negócio aliciante porque permitia a um empreendedor iniciar o seu próprio negócio com um grau de risco mais controlado, por se tratar um modelo já testado. Mas perante a crise, esta forma de empreender está a ganhar novos adeptos entre os desempregados que aqui encontram uma possibilidade de autoemprego.
23.01.2012 | Por Cátia Mateus


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Com a taxa de desemprego nacional a crescer, o franchising tem vindo a registar maior procura por parte dos profissionais que procuram criar o seu autoemprego. E nem mesmo a falta de experiência na atividade empresarial parece estar a limitar os potenciais empreendedores. Levados pela segurança de estarem a investir num modelo previamente testado, com um grau de risco controlado e onde poderão contar com o constante apoio dos masters da marca, muitos portugueses já se renderam a este modelo de negócio para criar o seu próprio emprego. São maioritariamente quadros médios e superiores que se encontravam em situação de desemprego e, em vez de optarem por procurar emprego por conta de outrém, decidiram investir num negócio próprio, procurando um projeto que lhes permitisse criar o seu posto de trabalho. Este é segundo Andreia Jotta, diretora do Instituto de Informação em Franchising (IIF), o perfil dos novos franchisados portugueses.?A especialista reconhece que a adversidade económica parece ter reforçado o interesse neste modelo de negócio, em muito devido ao facto deste minimizar os riscos para quem investe. “Existe atualmente uma grande procura e um interesse crescente pelo franchising, que se apresenta como uma das alternativas mais seguras para quem pretende lançar-se por conta própria no atual contexto económico, e não quer começar do zero”, explica a diretora do IIF. Na essência, o franchising permite a quem tem pouca ou nenhuma experiência empresarial abrir um negócio com menos risco e com mais possibilidade de ser bem sucedido porque beneficia do facto de estar inserido numa rede, de ter apoio e formação por parte da estrutura do franchisador e uma notoriedade da marca já existente. E esta lista de valências pode muito bem estar a sustentar o sucesso do modelo e o crescimento da procura do franchising em tempo de crise, mas a verdade é que as marcas também estão a ajudar. É que talvez movidos pela crise, mais de metade dos novos conceitos de franchising que surgiram no mercado nacional no primeiro semestre de 2011, apresentavam um investimento inferior a 22.500 euros. Não se pode dizer que nos dias que correm seja pouco dinheiro, para Andreia Jotta têm surgido no mercado muitos projetos de baixo investimento e há negócios para todos os gostos. “O nível de investimento apresentado pelas 24 novas marcas que surgiram no primeiro semestre do ano passado variam entre 1.500 euros (mediação financeira) e 97 mil euros (restauração)”, explica a diretora do IIF. Lançar em Portugal um restaurante de comida afrodisíaca pode custar 97 mil euros, mas se quiser investir num projeto de soluções publicitárias para o mercado local, só precisará de 1500 euros. Os franchisings no ramo da estética rondam em média os 12 mil euros de investimento e para quem quer atuar na área da fotodepilação e tratamentos de beleza, terá de ter condições de investir 39 mil euros. O sector dos serviços é o que regista maior potencial de crescimento, precisamente por ser também o mais procurado. É responsável por 54% das oportunidades de negócio existentes no mercado nacional, o que para Andreia Jotta se deve a três factores: “o perfil do investidor existente no mercado é um quadro médio-superior mais vocacionado para esta área, há uma maior procura de serviços especializados. por parte das empresas e consumidores, e é neste sector que se reune também o maior número de oportunidades de baixo investimento.”. Saúde, estética e bem-estar e mediação de obras são as áreas responsáveis pelo maior número de aberturas. Mas no sector do comércio, a compra e venda de ouro é um negócio em clara expansão (ver tabela). Mas apesar de estar a viver um momento bom, o franchising sofre, como qualquer outro negócio, com a débil conjuntura económica nacional. “O acesso ao crédito e as dificuldades na obtenção de financiamento continuarão a ser um dos principais desafios com que os responsáveis das marcas de franchising se irão deparar na gestão e expansão das redes, tendo implicações diretas no ritmo de abertura de novas unidades e, no caso de redes que ainda não alcançaram dimensão para beneficiarem de economias de escala, na gestão de tesouraria e liquidez”, explica Andreia Jotta. Por outro lado, com a diminuição do poder de compra nacional, o volume de negócios das próprias redes terá impacto. Estas terão de se concentrar na sustentabilidade económica das unidades existentes, apostando na inovação do produto, na diversificação do negócio e até na internacionalização.


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