Cátia Mateus
"MUDANÇA" é, nos tempos que correm,
a palavra de ordem na Associação Nacional de Jovens Empresários
(ANJE). O departamento de formação desta instituição
não escapa à regra. Fruto de uma redefinição
de estratégia, a ANJE regressa às suas origens de pioneira
da iniciativa empresarial e encaminha-se hoje para uma "associação
empreendedora", antes mesmo de se assumir na sua vertente empresarial.
É nesta lógica que Carlos Freitas, director de Formação
e Ensino da associação, sustenta os novos trunfos formativos
daquela que é já a marca ANJE.
Além dos produtos de formação de índole
empresarial, a associação abre agora um novo caminho com
uma aposta na formação de profissionais empreendedores.
Na mira da ANJE estão não só os quadros da função
pública, como um vasto leque de profissionais que querem empreender
por conta de outrem.
O objectivo da ANJE é alargar o leque de abrangência da
intervenção formativa. Carlos Freitas garante que "a
meta é reforçar a oferta formativa não só
nos domínios de criação de empresas, mas também
na formação para empreendedores que não queiram
necessariamente tornar-se empresários".
Neste sentido, a associação prossegue com os cursos de
formação que já tem no mercado, vocacionados para
empreendedorismo e criação de empresas - como os programas
Escola de Empreendedores e Jovens Empresários de Elevado Potencial
(JEEP) -, aposta na criação de novos conteúdos
e também na expansão dos já existentes aos diversos
núcleos que dispõe no país.
Novos programas
E se a oferta actual já é vasta e abarca os domínios
da criação, gestão e desenvolvimento de empresas,
comportamental e liderança (ver www.anje.pt),
os novos programas e modelos de formação prometem marcar
pela diferença (ver caixa).
"É chegada a altura de apostar numa formação
especificamente direccionada para empreendedores por conta de outrem",
explica Carlos Freitas.
Segundo o responsável, a associação vai focar-se
na concepção de produtos formativos "capazes de
chegar aos vários sectores da economia, do público ao
privado, dos empregados por conta de outrem, dos que já exercem
uma actividade profissional aos que se preparam para ingressar no mercado
de trabalho e necessitam de adquirir competências distintivas".
Um dos "alvos" a atingir com a nova estratégia de formação
- cujo modelo formativo pressupõe não só a aprendizagem
em sala, como ainda o acompanhamento posterior do formando por um tutor,
seja no posto de trabalho ou na incubadora de empresas - é o
dos quadros da função pública.
Para tal, a ANJE está a estruturar um grupo de iniciativas que
agrupa na designação de "empreendedorismo para a
administração".
Carlos Freitas refere que esta é uma área de futuro, já
que "a tendência actual da função pública
é a empresarialização de alguns sectores. Uma mudança
que implica a adopção de novas práticas de gestão
e trabalho por parte dos funcionários".
Para este responsável, "o que importa aqui é fomentar
uma atitude permanente de disponibilidade para a mudança com
evidentes benefícios para a produtividade, até porque
mesmo no sector privado há carências de profissionais empreendedores".
Outra das apostas da ANJE será o enfoque formativo no "empreendedorismo
júnior". Carlos Freitas adianta que a associação
está a estabelecer protocolos com escolas secundárias
da região Norte, para que estas agreguem aos seus programas conteúdos
relacionados com empreendedorismo.
Embora as mudanças estejam já em curso, as grandes alterações
deverão correr a partir de 2005.
Programas à medida
A PAR com as várias "marcas" de sucesso que detém,
a ANJE colocou recentemente no mercado alguns programas de formação
vocacionados para segmentos específicos. Tome nota:
Programa Jovens Empresários Agrícolas de Elevado Potencial
(JEAEP): resultante de uma parceria com o Ministério da Agricultura,
Desenvolvimento Rural e Pescas e a Associação de Jovens
Agricultores de Portugal, o programa contempla 200 horas de formação
e destina-se a empreendedores/empresários com actividade no sector
agrícola ou agro-alimentar.
Programa Avançado em Empreendedorismo e Criação
de Empresas (PAECE): direccionado para activos empregados com grau
académico superior. Integra 200 horas de formação
sobre temáticas relacionadas com a atitude empreendedora e o
desenvolvimento de negócios. Este programa permite também
uma especialização em "Criação de Microempresas
em Ambiente Virtual", também acessível a jovens em
busca do primeiro emprego.
Programa Jovens Empreendedoras para Novas Empresas (JENE): vocacionado
para apoiar jovens mulheres empreendedoras com idades até aos
35 anos na criação da sua empresa. Além da formação,
contempla o acompanhamento na elaboração do "business
plan".