Cátia Mateus
A UNIVERSIDADE do Minho (UM) quer tornar mais competitivo
o sector têxtil nacional e atrair alunos a esta área de formação
apostando na reformulação nos conteúdos dos cursos
que oferece.
O Departamento de Engenharia Têxtil (DET) daquela instituição
tem já estruturado um inovador plano curricular que adequa as licenciaturas
existentes aos novos pedidos de um mercado global cada vez mais exigente.
Contudo, as alterações não se farão no imediato
e só deverão avançar no ano lectivo de 2005/2006.
Reformular a licenciatura em Engenharia Têxtil, criar um novo curso
de Design e Marketing de Moda e substituir a licenciatura em Engenharia
do Vestuário, criando um ramo Têxtil no curso de Engenharia
e Gestão Industrial, são as grandes alterações
que o DET vai operar nos cursos que disponibiliza para a área de
actividade.
O grande objectivo destas alterações é, segundo Luís
Almeida, director do DET, "dar resposta às novas necessidades
deste sector, nomeadamente ao nível de uma formação
de quadros com forte componente tecnológica".
De acordo com o responsável, "estas reestruturações
surgem na sequência de um levantamento efectuado pelo Conselho Consultivo
do DET - que integra membros de várias empresas e associações
do sector - sobre as necessidades formativas especializadas face às
novas perspectivas do sector".
A motivar a mudança estão também as recentes deliberações
sobre a reformulação do ensino superior decorrentes do Processo
de Bolonha, que restringem de cinco para quatro anos a duração
das licenciaturas. Mas além da reformulação dos cursos,
a instituição quer combater o desinteresse dos jovens pelo
sector têxtil.
No ano transacto, por exemplo, a licenciatura em Engenharia do Vestuário
não teve qualquer aluno colocado na primeira fase do concurso nacional
de acesso ao ensino superior e o curso de Engenharia Têxtil teve
apenas três candidatos.
Este desinteresse está, segundo o responsável, fortemente
ligado à má imagem que o sector tem no país. Uma
realidade a combater. Luís Almeida adianta que a taxa de empregabilidade
associada a estes cursos ronda os 100%.
Isto porque o país enfrenta um período de viragem no que
respeita à indústria têxtil: "Há redução
dos postos dos trabalho menos qualificados, mas há um aumento notório
na procura de quadros e técnicos superiores, dado que o sector
está a modernizar-se", conclui.