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Flexibilidade e mente aberta

Flexibilidade e mente aberta

O mundo do trabalho mudou e já não há empregos para a vida. Nick Cox, managing diretor da Hays, traça o retrato da realidade laboral que se vive na Europa, onde algumas economias estão a recrutar. Aconselha ainda quem hoje quer encontrar um emprego a ser flexível, manter a mente aberta e agarrar todas as oportunidades.
25.11.2010 | Por Maribela Freitas


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Nick Cox é um observador privilegiado do que se passa no mercado de trabalho. Na Hays – uma multinacional especialista em recrutamento - há 28 anos, começou como consultor e atualmente é managing director para a Europa Continental, América Latina, Médio Oriente e Índia. Hoje diz que, com a crise económica o emprego desceu a pique e as empresas de recrutamento sofreram com esse processo. Mas começam já a vislumbrar-se sinais de retoma.

“Em países como a Alemanha existem sinais de que está a aumentar a procura pelos nossos serviços e por candidatos. Não se trata só de substituir as pessoas que saíram durante a recessão, mas também captar colaboradores para novos projetos ou recrutar porque voltaram a crescer” , revela Nick Cox. No entanto, o especialista conta que não é só na Alemanha que se vislumbra este cenário. Em alguns países do norte da Europa, na Suíça e de forma mais incipiente na França a realidade é idêntica.

Infelizmente, este cenário ainda não tem replicação em Portugal. Nick Cox acredita mesmo que em território nacional, Espanha e Irlanda o processo vai ser mais lento. No entanto, “não se pode deixar de recrutar para sempre. Mesmo nas recessões há sempre áreas para as quais se procuram trabalhadores, as vendas é uma delas” . Aos poucos as empresas começam, acredita Nick Cox, a recrutar novamente.

A Hays trabalha especialmente com funções de middle management e para este patamar, engenheiros, funções na banca de investimento e para as tecnologias de informação, são as atividades com mais procura no momento. Especificamente para as tecnologias de informação, as empresas estão a apostar mais na contratação para projetos pontuais ou contratos de curta duração do que para trabalho permanente. “Isto é típico da primeira fase de recuperação. Quando a confiança voltar em pleno contratam de forma permanente” , acrescenta o managing director da Hays.

Apesar de vivermos num mercado globalizado, a tendência a que se assiste é para as organizações contratarem localmente. Só olham para o estrangeiro quando as competências de que necessitam não se encontram no mercado interno. Por outro lado e numa altura em que se fala tanto da fuga de cérebros, Nick Cox conta que “à medida que as economias se tornam mais fortes, as pessoas tendem a voltar para casa porque existem aí empregos e têm a oportunidade de levar para o seu país as competências que treinaram” . E cita a Índia como exemplo onde “muitos nacionais estão a ser encorajados a regressarem. O país está com uma economia florescente e esses trabalhadores qualificados – especialmente na área das tecnologias de informação -, trazem experiências de vida e novas competências”, enfatiza Cox.

Numa altura em que alguns países do mundo assistem a números históricos de desemprego, o que é que alguém que procura um posto de trabalho pode fazer para ser bem-sucedido nessa tarefa? Nick Cox não dá um remédio milagroso, mas sim conselhos que podem fazer a diferença. Conta que este é um tempo fantástico para ingressar em empresas que estão a recuperar da crise e onde as possibilidades de crescimento são grandes. “Pesquise a companhia onde quer trabalhar muito bem, para verificar se está não está ainda a sofrer com a recessão. Seja flexível, olhe para atividades diferentes das que desempenhou até aqui, mantenha a mente aberta e abra tantas portas quantos as que conseguir” , salienta o managing director da Hays. Aconselha ainda os candidatos a informarem-se bem sobre as empresas a que estão a concorrer, pois numa situação de entrevista esse conhecimento pode fazer a diferença perante a concorrência.

“Quando comecei neste negócio era muito raro as pessoas mudarem de emprego sem uma razão válida, como por exemplo uma promoção ou mais dinheiro. Atualmente, penso que as pessoas querem mudar porque pretendem trabalhar em ambientes, áreas e tipos de indústrias diferentes” , refere Nick Cox. Como é óbvio a maior mobilidade cria quota de mercado para empresas como a Hays. Presente em 29 países, esta especialista em recrutamento está empenhada em crescer cada vez mais a nível internacional. Um dos países na mira é o Brasil. Com uma economia em crescimento e grandes necessidades de recrutamento, a Hays espera duplicar aí o seu negócio. Depois quer expandir a experiência para o Chile, Colômbia, Argentina, México e Peru. Tudo em prol do crescimento global.



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