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Fertilizante empresarial

A paixão pelas plantas uniu duas famílias em torno do mesmo negócio: a ViPlant
20.10.2006


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Cátia Mateus Dois amigos, uma ideia de negócio comum, uma paixão pelo ‘verde' e a ambição de ganhar a vida a fazer o que gostam, revelaram-se o ‘adubo' ideal, na dose certa, para que a semente da ViPlant crescesse. Foi durante umas férias no Algarve, na década de 80, que Francisco Castelo Branco e José Mexia cederam ao risco de criar um negócio, numa área, até então, pouco explorada: a construção e manutenção de jardins. Na altura os dois engenheiros agrónomos desconheciam o crescimento que a empresa viria a alcançar e estavam longe de imaginar que deste negócio, por necessidades de produção, surgiria outro, a ViPlant Viveiros do Algarve, centrada na produção de flores ornamentais em ambiente de estufa. Aquilo que começou por ser um negócio de dois amigos, é hoje uma empresa familiar que garante emprego a 80 pessoas e mantém uma aposta constante na inovação.


O primeiro contacto de Francisco Castelo Branco com as plantas foi na Lusotur onde dirigiu os serviços de jardinagem, antes de se lançar no mundo empresarial. Assegura que trabalhar por conta de outrem tem uma segurança e uma tranquilidade difíceis de alcançar enquanto empresário, já que “as preocupações são maiores”, mas em termos de desafio, confessa, “nada se compara a um projecto feito à nossa imagem. Dá trabalho, mas a recompensa em termos de realização é grande”.

E o trabalho da dupla de engenheiros tem dado dado frutos, que é como quem diz, flores e plantas. A empresa foi criada para dar resposta à necessidade de plantas ornamentais que a dupla utilizava nos jardins que projectava, mas cedo se revelou um negócio autónomo e rentável. Em 98 as plantas da ViPlant ‘invadiram‘ a Expo e com isto deram-se a conhecer à Europa.

Hoje, a empresa exporta para alguns países e mantém contactos com viveiristas internacionais, mas por uma decisão estratégica centra a maior parte da sua actividade no mercado nacional. “A certa altura da vida da empresa, quando começámos a ter um volume de produção significativo, tínhamos duas hipóteses: ou exportávamos ou estruturávamos a empresa para o mercado nacional”, relembra Francisco Castelo Branco. Face a uma abertura ainda tímida ao mercado externo a dupla optou por expandir dentro de portas, sem nunca inviabilizar uma aposta na internacionalização.

É nesta conjuntura que nascem os Garden Centres da ViPlant. A empresa produz plantas em viveiros próprios, dando continuidade à construção e manutenção de jardins, mas abrindo-se agora ao comércio e ao contacto directo com o público, num conceito que alia a natureza à componente decorativa. Actualmente são dois os Garden Centres: o de Oeiras (o primeiro) e, mais recentemente, o do Algarve.

Para Castelo Branco, “este foi o passo mais arriscado que demos a nível empresarial, mas compensou”. O empresário, que sempre esteve muito ligado à gestão da produção, encarou como um desafio, mas também como um risco elevado, “apostar numa área onde não estava propriamente seguro como a comercial”. Sem pudores, Francisco Castelo Branco confessa “quando criou a empresa, a conjuntura ainda permitia alguma margem de risco. Os tempos eram mais fáceis e ainda nos era permitido dar algumas ‘cabeçadas'. Hoje o fracasso paga-se mais caro”.

E o risco sempre acompanhou a história da ViPlant. Ao entrar no mercado a empresa deparou-se com as dificuldades inerentes a uma área pouco explorada. Francisco Castelo Branco aponta não só as dificuldades tecnológicas associadas ao viveirismo, mas também “as dificuldades de encontrar pessoal qualificado para cumprir as funções inerentes à actividade da empresa”. E se a primeira dificuldade se ultrapassa com pesquisa e investimento em inovação, a segunda requer uma formação constante mesmo com o risco “de se formarem colaboradores que depois vão aplicar as ferramentas que lhe demos na concorrência”.

Na criação desta empresa, os dois empresários investiram 100 mil euros, comparticipados pelo IFADAP. Quando houve necessidade de alargar a actividade à produção e construir viveiros de raiz, a dupla financiou-se junto da família que passou a integrar o quadro de accionistas. Hoje, a empresa figura entre as líderes no sector no mercado nacional e as suas perspectivas de crescimento não param.

Francisco Castelo Branco considera que “os Garden Centres são um negócio em expansão e um reflexo do aumento da qualidade de vida dos portugueses”. A empresa produz mais de 100 variedades de plantas herbáceas, arbustos, trepadeiras e palmáceas a partir de uma área de 300 mil metros quadrados de terreno transformados em dois viveiros, no Algarve.

BI EMPRESARIAL

Nome: ViPlant Viveiros
Fundadores: Francisco Castelo Branco e José Mexia
Data da criação: 1987
Localização: Algarve e Oeiras
Área de actividade: produção de plantas ornamentais, em viveiros e estufas, bem como comercialização, através dos Garden Centres
Investimento inicial: 100 mil euros
Empregos criados: cerca de 80
Público-alvo: empresas e particulares, do segmento alto e médio-alto, que buscam jardins de qualidade
Estratégia de gestão de que não abdica: Supervisão diária e controle de resultados constante
Lema: "o fracasso, actualmente, paga-se mais caro"





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