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Família, família, negócios à parte

Gerir um negócio com a família à mistura não é tarefa fácil. Por essa razão, o ISCTE vai lançar um curso destinado aos gestores das empresas familiares
02.02.2007


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Marisa Antunes
Numa empresa familiar, como se remunera alguém da família? De que forma se gere a progressão da carreira dos elementos externos e internos ao clã familiar? E como se resolve a questão da sucessão? Estas e muitas outras questões vão ser respondidas no curso ‘Estudo Avançado em Gestão de Empresas Familiares', ministrado pelo Audax-Centro de Investigação e Apoio ao Empreendedorismo e às Empresas Familiares, com sede no ISCTE (Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa).

Com inscrições até 16 de Fevereiro e início marcado para 2 de Março, este novo curso nasce da necessidade de proporcionar uma formação adequada a proprietários e gestores destas empresas que têm um peso decisivo na economia portuguesa.

“Aliás, quase todo o nosso tecido empresarial é constituído por empresas familiares”, realça José Paulo Esperança, que juntamente com Maria das Dores Guerreiro assegura a coordenação científica do curso.

O programa do curso está dividido em quatro ciclos. Cada ciclo vai abordar vários temas para a gestão das organizações, como os desafios e estratégias que devem ser seguidos, passando pela forma como funciona o financiamento, a fiscalidade ou a gestão dos recursos humanos, entre outros.

Definindo empresa familiar como aquela onde alguém detém mais de 20% do capital, o docente lembra que apesar do elevado número de organizações deste tipo, o assunto não tem sido devidamente estudado no meio académico português. “Nas nossas faculdades adoptamos manuais que vêm de outros países como os Estados Unidos. Por isso, o ensino da gestão tem sido dominado pelo estudo das grandes empresas de capitais dispersos, com quotas de mercado elevadas, cotadas em bolsa e com gestores profissionais”, sublinha o docente.

Lembrando que até mesmo na Bolsa portuguesa as empresas familiares imperam — basta pensar, por exemplo, na Sonae, no grupo BES ou na Jerónimo Martins, José Esperança destaca a boa «performance» e rentabilidade económica destas organizações. “Um estudo elaborado nos Estados Unidos observou mesmo que as empresas familiares, representando cerca de um terço das 500 maiores empresas, eram mais rentáveis do que as empresas de capitais dispersos”.

O professor exemplifica: “Basta pensar num dos factores como a remuneração. Na empresa familiar os ordenados não são tão elevados e a preocupação é criar riqueza que acaba por reverter para o próprio gestor. Já nas empresas de capitais dispersos as remunerações são muito mais elevadas”.

O curso vai decorrer até Maio, todas as sextas e sábados, tem a duração de 72 horas para as disciplinas e 12 horas de seminário e o valor da propina é de 2.300 euros, que poderá ser paga em cinco «tranches».





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