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Évora ensina empreendedorismo

06.03.2003


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Ruben Eiras

O empreendedorismo será leccionado em todos os cursos da Universidade de Évora a partir do próximo ano lectivo. Esta reforma curricular decorre da reestruturação que está a ser levada a cabo na licenciatura em gestão ministrada naquela instituição de ensino superior

"O nosso objectivo é fomentar nos estudantes o espírito da criação do seu próprio emprego e a sua independência laboral", refere António Serrano, presidente do Departamento de Gestão daquela universidade.

Segundo este responsável, a futura disciplina de empreendedorismo fará parte integrante do currículo do quarto ano do curso de gestão, mas também será ministrada de forma livre a todos os alunos da universidade eborense.

António Serrano defende que este esquema de ensino aumentará o potencial de sinergias criativas entre várias áreas de conhecimento. "Por exemplo, se um aluno de biologia tiver uma boa ideia de negócio, não só aprende como criar uma empresa, mas também poderá conhecer um estudante de gestão que lhe poderá ser valioso na concretização do projecto", exemolifica.

Para o efeito, os alunos poderão aceder a um laboratório informático artilhado com o mais recente "software" de gestão direccionado para o ensino do empreendedorismo, a saber, o Navision (uma aplicação de Entreprise Resource Planning) e uma solução integrada de contabilidade e gestão disponibilizada pela Primavera Software.

Além desta mudança, os alunos de gestão da Universidade de Évora passam a ter que realizar obrigatoriamente um estágio de natureza empresarial. Este durará cerca de um semestre, no qual o estudante será orientado por um tutor da empresa e outro designado pela universidade. "Isto garante uma maior aproximação ao mercado do trabalho, porque a empresa poderá transmitir com mais clareza as lacunas de formação que o aluno poderá ter para nós as corrigirmos, e assim aumentar a sua possibilidade de ser contratado", argumenta António Serrano.

Os alunos de gestão de Évora também possuem outra mais-valia no mercado de trabalho: o acesso directo à carreira de Técnico Oficial de Contas. Segundo António Serrano, este é mais um garante para os recém-icenciados criarem o seu posto de trabalho.

Outra reforma de fundo na estrutura da licenciatura é a introdução do sistema ECTS, que mede e contabiliza o esforço dispendido pelo aluno. Este novo procedimento foi criado no Processo de Bolonha, uma iniciativa da Comissão Europeia com vista à criação do espaço único europeu de ensino superior.

Neste novo sistema de avaliação, além dos créditos obtidos pelas cadeiras concluídas, também contas as horas de auto-estudo e as actividades de formação realizadas pelo aluno.A comunicação e orientação do ensino através do «e-learning» é outra das componentes valorizadas no sistema promovido pelo Processo de Bolonha.

«As universidades portuguesas não estão muito atentas a esta mudança. Mas quem a fizer primeiro, vai ganhar competitividade», conclui confiante António Serrano.


 

 







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