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Euroskills cativa talento nacional

Euroskills cativa talento nacional

Depois dos esforços centrados na organização do evento, o Campeonato Europeu das Profissões entra agora numa nova fase: a proximidade com as escolas. A organização do evento esteve na Escola D. Pedro V, em Lisboa, para dar inicio a um roadshow por várias instituições de ensino, onde a meta é mostrar as potencialidades do ensino profissional e divulgar o evento onde o país já alcançou lugares de topo.
07.10.2010 | Por Cátia Mateus


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Longe do cenário económico que afecta o país, há coisas em que Portugal marca pontos e faz bem. Sabia que em 2008 Roterdão rendeu-se ao talento e mestria de um jovem português, técnico de frio e climatização, que foi considerado o melhor dos melhores no Campeonato Europeu das Profissões, realizado naquela cidade? Sabia que essa distinção lhe valeu de imediato uma proposta de emprego e uma carreira internacional? Sabia que apesar da elevada taxa de desemprego nacional, há profissões com emprego garantido? É isso que o Euroskills - Campeonato Europeu das Profissões se prepara para demonstrar, em Lisboa, de 9 a 12 de dezembro.

Chegar mais perto dos alunos é a missão da comitiva portuguesa do Euroskills que recentemente marcou o arranque de uma nova fase nos preparativos para o evento europeu que trará a Lisboa, centenas de participantes de toda a Europa. A Escola D. Pedro V, em Lisboa, acolheu uma comitiva do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), que organiza em Portugal o evento, que procurou sensibilizar os alunos para a importância da formação profissional enquanto opção de qualificação, mas também para o importante papel do evento enquanto montra do talento profissional dos jovens, junto de potenciais empregadores.

Perante uma plateia de várias dezenas de estudantes, Conceição Matos, responsável do IEFP, demonstrou a variedade de opções que a formação profissional comporta e a importância do evento para a sua divulgação e para os jovens profissionais participantes. Numa altura em que se comemoram 60 anos de presença portuguesa no Euroskills, o Campeonato Europeu das Profissões ganha nova dinâmica. São duas mil pessoas envolvidas na organização, 411 jovens concorrentes em competição, 60 jovens profissionais que, embora não estejam a competir, estarão no local a demonstrar como se executam as suas profissões, 31 países representados e 52 saídas profissionais a concurso.

E desengane-se quem julga que se tratam apenas de profissões mais tradicionais como carpintaria, pintura ou estucagem. É bem verdade que todas estas profissões estarão representadas com profissionais altamente qualificados oriundos de toda a Europa, mas este campeonato disputa-se também noutras áreas de formação mais actuais, decorrentes de uma economia cada vez mais global, competitiva e ávida de forte componente técnica. Instalação e Operação de Sistemas Informáticos, Moda, Vitrinismo, Publicação Multimédia, Tecnologia Automóvel de Veículos Ligeiros, Tecnologia de Motociclos, Gestão da Higiene & Segurança, Jardinagem Paisagista e Design, Robótica Móvel, Mecatrónica, Ourivesaria, são algumas das profissões a concurso onde se integra ainda a competição na categoria de ferrador de cavalos, que em Portugal não tem grandes adeptos, mas como explica Conceição Matos “é uma profissão muito valorizada noutros países da Europa”. É a tradição a competir lado-a-lado com a última tecnologia, provando que o mercado precisa é de profissionais qualificados.

Para a representante do IEFP, o crescimento destes campenonatos e a sua crescente importância, espelham também a evolução do ensino profissional no país e na Europa. “No ano lectivo 2009/2010, Portugal tinha 114 mil jovens inscritos em cursos profissionais contra os 3600 que tinha em 2005/2006”. Conceição Matos refere que “Portugal tem tido um problema grave de abandono escolar e o que queremos é sensibilizar os jovens para o facto de que à medida que a idade avança tem mais dificuldade em conseguir um posto de trabalho com um rendimento aceitável e possibilidade de alcançar progressão profissional. A qualificação é fundamental para o futuro e é essa a primeira mensagem destes campeonatos”.

Na edição deste ano do Euroskills, Portugal terá 61 jovens profissionais a competir. Jairo Carrasco é um deles. Tem 21 anos e não é novato nestas andanças. Compete na profissão de soldadura e na última edição do Worldskills trouxe para Portugal e para a sua escola, a Solisform, a medalha de bronze na sua categoria, sendo que no campeonato nacional, o ouro foi seu. Para Jairo, “as medalhas alcançadas não são o mais importante”. O jovem reconhece que a preparação exaustiva para as competições, as horas de treino até que tudo esteja perfeito e sem anomalias a assinalar e a aprendizagem que retira das orientações do seu formador Álvaro Santos, “são o maior benefício destas competições”. Ainda assim, o jovem reconhece que o Euroskilss é uma montra importante para o seu trabalho e a sua arte.

Claudio Prates é estreante. Vai competir na prova de informática open source, sob a orientação do formador Fernando Ruela, que há 20 anos é uma espécie de José Mourinho dos jovens profissionais nesta área, e acredita que “além do conhecimento, há muitas portas que se podem abrir através da participação neste concurso”. O jovem quer, naturalmente, posicionar-se entre os melhores dos melhores e com isso ganhar visibilidade na empresa onde trabalha.

Foi aliás com este argumento que Luís Correia, diretor da Escola D. Pedro V iniciou a apresentação do Euroskills aos seus alunos. “Não se trata somente de uma questão de competição, mas quando ingressarem no mercado de trabalho contará muito dizerem que alcançaram uma medalha ou foram campeões a demontrar à escala europeia a vossa arte”. Luís Correia dirige uma escola onde são lecionados cinco cursos profissionais: Técnico de Gestão e Programação de Sistemas Informáticos, Técnico de Multimédia, Técnico de Turismo, Artes do Espetáculo – Interpretação e Artes do Espetáculo – Cenografia, Figurinos e Adereços) infotreinadoredição internacional desta competição. Cursos que reunem cerca de 120 alunos. Formandos que para o presidente estariam em perfeitas condições para competir neste ou em qualquer noutro campeonato, desde que investissem em si e se determinassem a alcançar a excelência. É que para Luís Correia, “quando se diz que Portugal é o país pobre é mentira. Só o é em mentalidade, porque não trabalha o suficiente para se destacar entre os demais e porque não nos propomos ir tão longe quanto certamente conseguiriamos alcançar”.



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