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Estes são os profissionais que as empresas procuram

Estes são os profissionais que as empresas procuram

A consultora Hays divulgou a lista de perfis mais procrurados pelos empregadores e os salários oferecidos.

27.02.2017 | Por Cátia Mateus


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Este é um ano de desafios para as empresas nacionais. As perspetivas de contratação são elevadas (73%), mas apesar de uma percentagem idêntica de profissionais se manifestar insatisfeita com a sua progressão profissional e 60% não estarem de acordo com o salário que auferem, muitos estão pouco disponíveis para arriscar uma troca de emprego e segundo Paula Baptista, diretora-geral da consultora de recrutamento Hays Portugal, “79% das empresas revelam já dificuldades de recrutamento”. A empresa divulgou recentemente o seu estudo anual - Guia do Mercado Laboral - onde lista, para os vários sectores de atividade, os profissionais mais procurados pelas empresas, os mais difíceis de contratar e os níveis salariais oferecidos para cada função. Para a líder da Hays Portugal, “é tempo de esquecer tudo o que tem como certo relativamente às dinâmicas de recrutamento em Portugal, porque se aproximam tempos interessantes e desafiantes” para empresas e profissionais.

Tal como em 2016, também em 2017, os perfis comerciais, engenheiros e especialistas em tecnologias de informação (TI) lideram na lista de prioridades das empresas em matéria de contratações. Mas há diferenças nestas opções ao longo das várias regiões do país. Segundo o estudo, a Norte, a procura de perfis de TI, engenheiros e profissionais de logística é bastante mais elevada do que nas outras regiões. No Centro, “os perfis comerciais perdem a liderança que têm a nível nacional para os perfis de engenharia que atingem 43% das intenções de contratação das empresas”, conclui a Hays. E no Sul do país, Marketing e Comunicação superam a procura de engenheiros. Acresce ainda um facto curioso: segundo o estudo, em termos globais, a procura por profissionais da área comercial e engenheiros parece estar a decrescer face a 2016, contrastando com o aumento da procura de perfis na área das TI e Marketing e Comunicação.

Desafios sectoriais
Nos vários sectores analisados pelo estudo da Hays, há desafios distintos em matéria de contratação. O sector da Contabilidade e Finanças foi um dos mais afetados pelo período da crise, com várias empresas a reduzirem as suas estruturas, libertando milhares de profissionais para o mercado. Nos últimos dois anos, os profissionais do sector têm beneficiado de uma aposta crescente das empresas em novas contratações, com o objetivo de criarem departamentos financeiros mais preparados e estratégicos. Na mira dos empregadores estão sobretudo perfis de controle de gestão, controle industrial e controle financeiro. No caso dos primeiros, os salários podem variar entre os €32.500 brutos anuais e os €42.500, consoante se tratem de profissionais com dois a cinco anos de experiência ou com mais de dez anos de carreira. Já no caso dos especialistas em controle financeiro, o salário máximo não excede os €38 mil brutos anuais. Valores que segundo a líder da Hays podem vir a sofrer aumentos, tanto ao nível da componente fixa como da variável e demais benefícios não financeiros, devido à crescente concorrência entre empresas para a captação de talentos.

Na Banca, a instabilidade do sector alterou por completo as tendências de contratação. Os profissionais estão hoje mais atentos ao mercado, mas também mais ponderados na sua decisão de mudança. Tanto na Banca como nos Seguros mantém-se a aposta em perfis comerciais, mas são os atuários que, fruto da aposta das empresas na gestão de risco, lideram as opções de contratação com salários que podem variar entre os €36 mil e os €45 mil brutos anuais. Os analistas de riscos também deverão continuar a ser valorizados pelas empresas do sector ao longo do ano, com vencimentos anuais brutos na ordem dos €40 mil a €50 mil.

No sector Jurídico e Legal, “os recrutamentos são muito exigentes e têm-se focado sobretudo em características muito específicas como as soft skills, a média de curso ou formação académica adicional”, conclui o relatório. De um modo geral, as sociedades prosseguem uma tendência de investimento em advogados especialistas em áreas muito específicas, por oposição ao elevando número de advogados generalistas que as caracterizou no passado. A Hays apurou também uma tendência crescente para a contratação de responsáveis de Marketing e Comunicação, com conhecimentos jurídicos, para integrar as sociedades. A nível salarial, não são de esperar grandes alterações, rondando os vencimentos para um advogado interno os €25 mil a €35 mil euros anuais.

Indústria dinamiza emprego
A dinâmica das exportações, a captação para Portugal de centros de competências europeus e a abertura de várias fábricas multinacionais do sector automóvel na região norte e centro do país, ajudaram a fazer dos sectores da Indústria e Logística um dos principais dinamizadores e geradores de emprego em 2016. Uma tendência que deverá manter-se este ano. Diretores de Operações e de Logística e técnicos de planeamento estão entre os perfis que deverão registar maior procura por parte das empresas do sector. Em termos gerais, os salários não deverão sofrer grandes oscilações mantendo-se em linha com o que foi prática nos últimos dois anos: entre os €38 mil e os €55 mil anuais brutos para um diretor de operações, e os €38 mil e os €60 mil para um diretor de logística. Com o mercado a viver uma fase de de estabilização salarial, só recrutamentos mais difíceis deverão sofrer incrementos significativos nos pacotes salariais.

O sector das tecnologias de informação permanece como um dos mais dinâmicos e competitivos em matéria de talento, sobretudo em áreas como o desenvolvimento de software com tecnologias de vanguarda. E não são apenas as empresas tecnológicas a contratar perfis nesta área. Sectores como a indústria, retalho e logística deverão este ano continuar a reforçar as suas equipas internas de TI. Programadores, web developers (programadorees web) e mobile developers (programadores mobile), a par com especialistas em segurança e business intelligence, estarão entre os perfis mais procurados pelas empresas em 2017, com salários que tendem a aumentar face a anos anteriores, sobretudo em funções mais difíceis de contratar. Pelas contas da consultora Hays, um Programador com um nível de senioridade profissional inferior a dois anos poderá auferir um salário médio bruto anual de €26.600, enquanto um profissional com mais de cinco anos de experiência pode chegar aos €42 mil. O mesmo sucede com os web developers, onde os vencimentos deverão variar entre os €23.800 e os €40.600, e os mobile developers, entre €25.200 e os €37.900.



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