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Navigator enfrenta consultoras na luta pelo talento

Navigator enfrenta consultoras na luta pelo talento

A papeleira quer recrutar 130 jovens altamente qualificados, mas a tarefa é árdua e a concorrência feroz.

21.02.2017 | Por Cátia Mateus


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Tem pelo menos 130 vagas para preencher este ano (fora os 50 estágios que estão programados), uma necessidade imensa de rejuvenescer uma equipa com elevado grau de senioridade e de captar novos talentos altamente qualificados para as áreas corporativa e de suporte, mas a tarefa está longe de ser simples. A The Navigator Company, produtora de papéis finos de impressão não revestidos, é a terceira maior exportadora nacional, registou em 2016 um volume de negócios de cerca de €1,6 mil milhões, está presente em 130 países dos cinco continentes e acaba de anunciar um investimento de €206 milhões de euros na expansão da sua fábrica na Figueira da Foz e na construção de uma nova unidade fabril em Cacia (Aveiro), que deverá gerar 100 novos empregos diretos e mais de 400 indiretos, já a partir do próximo ano. Mas na altura de contratar (sobretudo perfis da área da gestão, contabilidade, finanças e tecnologias), reconhece Paula Castelão, diretora de Gestão de Talento e Desenvolvimento Organizacional da empresa, “os mais jovens preferem as consultoras e demonstram um grande desconhecimento da empresa e das oportunidades que gera”.

Quando há dois a The Navigator Company começou a participar em eventos de recrutamento nas universidades, percebeu que a nova geração de profissionais tinha um “profundo desconhecimento da empresa, contexto atual desta indústria e das oportunidades de carreira que gera”, reconhece Paula Castelão adiantando que a Navigator tem “ofertas muito interessantes que não chegam aos estudantes”. A enfrentar um período de crescimento nacional e internacional e a braços com a necessidade de reforçar e rejuvenescer uma equipa, para a qual que durante alguns anos não foram realizadas contratações significativas, aumentando assim a idade média dos seus profissionais - 138 colaboradores atingem os 61 anos em finais de 2017 e 214 em finais de 2018 -, a Navigator assumiu a captação de novos talento como estratégica para a empresa.

A ambição foi materializada na criação do Bright On, o programa de recrutamento e desenvolvimento profissional da empresa, dirigido a licenciados e mestres, e que proporciona o acesso ao programa de trainees da Navigator (com forte componente internacional), a estágios e a oportunidades de recrutamento direto (entry level). “O nosso objetivo é captar talento de topo universitário com vista ao rejuvenescimento da empresa, ao mesmo tempo que nos queremos posicionar como um empregador de referência para os estudantes portugueses em diversas áreas de conhecimento, como é o caso da Engenharia ou da Gestão”, realça Paula Castelão.

Integrar 50 quadros em 2017
Com um universo de 2766 trabalhadores - excluindo 246 que fazem parte do efetivo da fábrica que a empresa detém em Moçambique, e 67 profissionais que integram a fábrica de pellets localizada nos Estados Unidos -, a Navigator concentra 72% da sua força de trabalho nos designados “executantes”, profissionais que asseguram funções técnico-operacionais ligadas à produção e manutenção das fábricas de Setúbal, Figueira da Foz, Cacia e Vila Velha de Rodão. Mas segundo a diretora, nos restantes 28% que abarcam os quadros da empresa, as oportunidades são muitas.

Só para esta área, a dos quadros altamente qualificados, a empresa deverá criar este anos 50 oportunidades de carreira, a que acrescem 50 estágios e pelo menos dez trainees (talentos de topo que serão treinados para assumirem, furamente, posições de liderança na empresa). As oportunidades estão em várias áreas desde a Comunicação aos Recursos Humanos, Controlo de Gestão, Auditoria, Serviços Jurídicos, Contabilidade, Energia, Ambiente & Segurança, Inovação, Sustentabilidade, Marketing, Logística, Vendas, Engenharia ou Tecnologias. Para funções nas unidades fabris a empresa tem prevista a integração de 60 novos elementos.

São neste momento três as portas de entrada na Navigator: o Programa de Trainees Bright On que tem uma duração de dois anos e que assegura aos formandos um contacto com diferentes áreas da companhia (industrial, vendas, marketing, logística, financeira e florestal), culminando com uma experiência internacional numa das várias divisões da companhia; os estágios, para os quais as candidaturas estão neste momento a decorrer, e que podem ser curriculares ou ter a duração de um ou nove meses; e o recrutamento direto, onde a empresa integra jovens de elevado potencial que pretendam crescer na companhia em funções como a engenharia de processo, controllers, analistas de mercado ou financeiros, ou outros.

Paula Castelão reconhece que para além das áreas técnicas, onde também se identificam para algumas funções mais específicas dificuldades de contratação, é na área de Gestão que a empresa tem mais dificuldade em atrair talento. “Penso que associam a Navigator a uma empresa muito industrial, sem grandes oportunidades fora dessa área, e não se candidatam preferindo carreiras na área da consultoria”, explica confirmando que este desconhecimento tem custado à empresa o preço de durante muito tempo não ter conseguido os talentos certos para as suas necessidades. Um contexto que a Navigator quer agora inverter com uma aproximação estratégica às universidades e aos recém-formados, intensificando a “luta” pelo talento.



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