Um estudo realizado pela consultora Accenture demonstra que se se duplicar o ritmo a que os trabalhadores adquirem competências relevantes, a proporção de empregos em risco decorrentes da automação das indústrias seria reduzida de dez para 4% nos Estados Unidos, até 2025. É esta aceleração das qualificações que a Siemens quer promover os I-Experience 4.0 Centers que acaba de lançar.
Dando continuidade a um projeto mais vasto de qualificação de recursos humanos para contextos digitais que detém, a tecnológica acaba de anunciar a criação de três centros de experimentação - em Alfragide, Leiria e Aveiro - que combinam os propósitos da capacitação de recursos humanos com o estimulo a projetos inovadores orientados para a indústria 4.0. No primeiro ano de atividade, explica António Mira, diretor para a Indústria da Siemens Portugal, a rede de centros de experimentação “deverá apoiar o desenvolvimento de pelo menos 100 projetos”. O número será superior nos anos seguintes.
Os I-Experience 4.0 Centers fazem parte da Academia Siemens 4.0, uma das medidas estratégicas apresentadas pelo Governo no âmbito da iniciativa Indústria 4.0, focada na capacitação de recursos humanos para a nova “revolução industrial”. “Queremos com estes centros incentivar a ligação entre universidades e empresas para criar centros operacionais de desenvolvimento e inovação”, explica o diretor acrescentando que dos três centros previstos, apenas o de Leiria está em funcionamento. Alfragide deverá estar operacional até finais de abril e Aveiro, a funcionar na Universidade de Aveiro, tem data de abertura prevista para junho.
Vocação empreendedora
Os I-Experience Centers vão ligar vários elementos do processo industrial, desde o desenho à produção, com vista à promoção de iniciativas diferenciadoras destinadas à modernização da indústria. Nesta fase de arranque contam com dois parceiros, a CADflow, que centra a sua atividade no fornecimento de suporte técnico de softwares para indústria, e a Beeverycreative, uma startup que desenvolve tecnologia na área da impressão 3D. “Os centros não estarão fechados às universidades. O objetivo é que sejam espaços abertos à comunidade e à indústria, onde qualquer pessoa ou empresa que tenha um projeto que queira desenvolver ou testar nesta área possa fazê-lo aqui”, explica o diretor.
Esta ambição abre também caminho à vocação de apoio a startups que a Siemens tem vindo a prosseguir. “A nossa ligação ao CEiiA, no âmbito do apoio a startups e incubadoras, permitirá cimentar também a identificação de projetos com potencial que possam por nós ser apoiados”, refere. Recorde-se que a Siemens criou a nível global uma nova unidade de negócio centrada no apoio a projetos inovadores, a Next47, que tem uma dotação de €1000 milhões para financiamento de projetos relevantes na área da indústria e tecnologia. António Mira não tem dúvidas de que alguns dos projetos saídos dos L-Experience Centers 4.0 possam vir a beneficiar desse financiamento.