O programa terminou agora a sua primeira edição, lançando no mercado 16 novos especialistas nas áreas energéticas. A segunda edição do programa académico dirigido pelo ex-ministro Manuel Pinho já está a decorrer e pela adesão dos alunos, a terceira está já a caminho.
O desafio da energia e produção de energia lima é dos maiores da atualidade. Estima-se que nos próximos 25 anos, cerca de 95% do crescimento da procura de energia virá de países como a China e a Índia. Nunca as temáticas relacionadas com este sector mereceram tanta atenção e atraíram tanto interesse por parte das empresas e dos Governos que já ganharam a consciência de que o sector da energia é, e continuará a ser no futuro, um dos que mais empregos cria no mundo.
Foi esta convicção que norteou a criação do The Energy MBA no ISCTE. Pedro Fontes Falcão, diretor do curso, não tem dúvidas que Portugal precisa de quadros qualificados em gestão e política energética e adianta que “o país tem condições naturais, políticas e um posicionamento mundial único no sector das energias”. Para o diretor do The Energy MBA “a energia é um cluster que Portugal tem desenvolvido e bem. O ISCTE Business School tem uma relação privilegiada com a Universidade de Columbia (Nova Iorque) e decidiu avançar com este MBA inovador a nível mundial, contribuindo para posicionar Portugal como líder mundial na inovação aplicada ao sector ad energia”.
O curso, cuja primeira edição terminou agora com a formação dos primeiros 16 participantes merece de Pedro Fontes Falcão um balanço muito positivo. Segundo o responsável pelo MBA, “foi possível atrair diversos docentes e oradores com enorme experiência no sector, desde CEO's de grandes empresas energéticas portuguesas, a administradores de entidades do sector até ao agora nomeado Secretário de Estado da Energia”.
Na verdade, o curso que é totalmente lecionado em inglês contempla um mix de formação em território nacional, com semestre passado com docentes, oradores e especialistas estrangeiros, na Universidade de Columbia. Pedro Fontes Falcão, acrescenta que a primeira fornada de alunos portugueses teve uma excelente prestação na Universidade de Columbia, o que para o responsável “reflete claramente a qualidade dos alunos e do ensino ministrado nos dois primeiros semestres do curso”.
O Energy MBA tem uma duração de três semestres. Dois são passados no ISCTE e o último na Universidade de Columbia. Neste período, os alunos portugueses frequentam aulas normais daquela universidade. Uma experiência além-fronteiras que para o diretor do MBA “permite desenvolver um networking valioso, skills de relacionamento inter-culturais e uma experiência de vida única que só se consegue obter depois de passar um semestre inteiro em Nova Iorque”.
Nos dois semestres que passam em território nacional, os alunos têm sessões com vários docentes do mundo corporativo, um módulo de Energia e Política, um programa de criatividade e um programa de desenvolvimento pessoal. Para além disso, o MBA proporciona ainda o The Energy Living Lab, onde os alunos vão visitar vários projetos estratégicos em território nacional. Cada aluno tem um mentor individual que procurará partilhar as suas experiências e conhecimentos no sector energético com o estudante.
Na primeira edição do curso, a média de idades rondou os 28 anos e cinco dos 16 estudantes estavam já a trabalhar no sector. 25% dos alunos eram estrangeiros, um número que já aumentou na segunda edição do MBA que agora decorre e que para Pedro Falcão, continuará a crescer na terceira edição que se iniciará em setembro deste ano.
Para o diretor do curso, é fundamental que o país invista na energia, nas suas múltiplas valências, incluindo a da formação. No Energy MBA forma-se quadros qualificados para trabalhar neste sector em qualquer ponto do mundo e a internacionalização, é uma importante mais-valia deste curso.
O novo líder da retoma económica
O Fórum Económico Mundial aponta o sector energético como o grande ator da retoma económica. No mais recente relatório, agora divulgado, - “Energia para o Crescimento Económico” - o sector energético terá um papel determinante no crescimento económico global, com os seus contributos indiretos a ultrapassarem os efeitos diretos, já significativamente consideráveis.
Segundo relatório, que oferece uma visão global do papel económico da indústria energética, o sector representa uma oportunidade efetiva de criação de emprego, numa altura em que a resolução das questões ligadas ao desemprego é complexa numa economia global que vive dias difíceis. Citando como exemplo a economia americana, o relatório revela que nos Estados Unidos, a indústria do petróleo e do gás contribuiu para a criação de aproximadamente 37 mil postos de trabalho diretos em 2011, totalizando mais de 111 mil empregos indiretos. Ao todo são perto de 150 mil postos de trabalho que representam 9% do total de empregos criados no ano passado nos Estados Unidos.
Com as devidas diferenças para as economias europeias, Daniel Yergin, presidente do CERA (um instituto especializado em questões energéticas), enfatiza que “a indústria da energia é única no que respeita à sua importância económica e tem o potencial para se transformar num catalizador significativo para a criação de emprego e de crescimento sustentável, sem prejudicar a performance geral do sector”. O especialista acrescentou ainda no decorrer da CERAweek, que se realizou em fevereiro em Houston, no Texas, que a indústria da energia é de capital intensivo, exigindo elevados níveis de investimento. Contudo, é capaz de gerar contributos significativos
para o crescimento do PIB.
Uma ideia corroborada também por Roberto Bocca, responsável pela área de Indústrias Energéticas do Fórum Económico Mundial, ainda que o especialista se mostre surpreendido pela real dimensão dos efeitos multiplicadores deste sector. Muitos países como a China, a Índia e a Coreia do Sul estão a aumentar, de forma crescente, a sua aposta nas energias renováveis, incluindo as solares e eólicas, como fontes de crescimento para as suas economias. Um caminho a que Portugal deverá estar atento.