A formação está a tornar-se uma clara necessidade para as empresas, seja como caminho para uma maior eficácia, seja como trampolim para a inovação em termos de oferta ou da própria cultura organizacional. O números do inquérito realizado pela consultora de recrutamento Michael Page junto de mais de quatro mil empresários e profissionais temporários a nível global demonstram-no. Segundo o estudo, esta semana divulgado, “63% dos inquiridos recebeu algum tipo de formação complementar à que é exigida por lei, nos últimos 12 meses” e em 52% dos casos o impacto foi notório, com progressos imediatos na carreia após terem assumido um vínculo profissional temporário.
Em todos os mercados auscultados pela Michael Page, o nível de formação especializada elevada é superior a 50% entre os trabalhadores consultados. Segundo a empresa de recrutamento, é no mercado norte-americano que se regista a percentagem mais elevada de profissionais temporários altamente especializados e que, nos últimos 12 meses receberam formação específica para a sua função, 74%. No mercado asiático, a taxa de formação também é expressiva, situando-se nos 64%, logo seguido pelo Reino Unido e Irlanda, com 62%. Na Europa, a taxa de profissionais qualificados que exercem funções temporárias e que receberam formação complementar no último ano é de 59% e na América Latina, 58%.
Alavancar o compromisso e a produtividade
Para Sílvia Nunes, senior executive manager da Michael Page, “com a rápida evolução tecnológica e a velocidade alucinante a que o mundo interage, motivada pela explosão digital, é inevitável a necessidade de adaptação das empresas”. Segundo a especialista, “nunca antes os gostos, opiniões, mentalidades e costumes se alteraram e evoluíram tão rapidamente”. Uma evolução que obriga as empresas a avaliar, com a devida atenção, não só os mercados em que operam como os mercados globais, adaptando-se a eles e às suas exigências.
A aposta na formação é parte deste processo de adaptação. “Identificar as necessidades de recrutamento atuais e futuras para que possam manter-se atuais e competitivas é vital para as empresas”, explica Sílvia Nunes reforçando a relevância da aposta na formação e desenvolvimento de talento, que considera “o mais valioso recurso para qualquer empresa”.
De acordo com a especialista em recrutamento, os resultados do estudo permitem ainda concluir que a formação além de permitir aos profissionais adquirirem novas competências, promove o seu envolvimento, produtividade e desenvolvimento, podendo inclusive, impulsionar a sua promoção dentro da empresa, como sucedeu com 52% dos trabalhadores temporários inquiridos. Em paralelo, a posta na formação destes profissionais funciona como um relevante factor motivacional, “especialmente para funções temporárias que, na maioria dos casos, não permitem benefícios monetários”, conclui.