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Empresas contratam a Norte

Empresas contratam a Norte

O Norte e o Centro continuam a ser os mais massacradas do país em relação ao desemprego mas vão surgindo oportunidades em diversos sectores de actividade como o da segurança, turismo, "call-centers" e nas novas tecnologia.
01.10.2009 | Por Marisa Antunes e Maribela Freitas


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A crise bateu forte e feio nas regiões Norte e Centro, onde o colapso de muitas indústrias assentes no trabalho intensivo acabou por ter um efeito avassalador em especial sobre a população com baixas qualificações (72% dos desempregados têm, no máximo, o 3º ciclo do ensino básico). Mas, apesar do cenário (ainda) sombrio, continua a haver criação de emprego em certas áreas. A da segurança é uma delas, com a Prosegur, empresa especializada na vigilância privada, a dar o exemplo, com 900 postos de trabalho criados para estas zonas do país só este ano. De Janeiro a Agosto, o grupo recrutou 700 novos profissionais para as suas delegações no Centro e mais 200 para as do Norte.

Diariamente, chegam à empresa 70 novas candidaturas. “No total e em média, recebemos 2100 candidaturas por mês, sendo que 30% são provenientes do Norte do país”, especifica José Lourenço, director de Recursos Humanos da Prosegur. Como realça este responsável, para além dos requisitos técnicos inerentes a estes profissionais, a companhia procura pessoas que destaquem no seu perfil a “proactividade, o gosto de trabalhar em equipa e de assumir desafios, e, acima de tudo, que estejam orientadas para os clientes”.

O turismo e as telecomunicações são mais duas áreas com procura de trabalhadores. O grupo Visabeira, por exemplo, tem em curso contratações de técnicos para telecomunicações, gás, electricidade e energias renováveis. Na área do turismo pretende pessoal especializado em recepção, cozinha e mesa. Estão também abertas contratações para os sectores administrativos e financeiros e admissão de economistas e gestores. “Dadas as diversas áreas de actuação do grupo, os processos de contratação são contínuos, embora em algumas actividades, como por exemplo a construção e as telecomunicações, possam ser objecto de picos de contratação”, explica fonte da Visabeira.

Sediado em Viseu, este grupo nortenho possui 6234 colaboradores, incluindo os das operações internacionais. Labora em áreas tão díspares como a energia e o turismo (estando esta última concentrada no Norte/Centro e em Moçambique) e, mais do que um empregador local, assume-se como um dos principais a nível nacional. Quanto ao perfil dos funcionários, o grupo procura “pessoas que conjuguem a criatividade, o dinamismo e a ambição — valores essenciais do grupo”. Aos colaboradores proporciona oportunidade de aquisição de novos conhecimentos e desenvolvimento de competências, apostando na formação e na valorização profissional.

Também os call centers continuam bem activos no recrutamento e a constituir não só uma opção de primeiro emprego para os mais jovens como alternativa a quem subitamente se viu desempregado. a Multipessoal, empresa do Grupo Espírito Santo para a área de recursos humanos, esse é um dos sectores que neste momento mais contrata. “Mas também o canal Horeca — hotelaria, restauração e cantinas — e as áreas de logística e administrativa”, reforça Afonso Batista, presidente da empresa.

À agência que abriu no Porto no final de 2008, a Multipessoal veio juntar este ano as lojas da Maia e de Gaia, onde se inscreveram 1511 pessoas no primeiro semestre deste ano. Desse total, 1115 (cerca de 75%) conseguiram arranjar trabalho.

O fluxo de pedidos ainda é contido nestas zonas do país devido ao elevado número de falências de PME e deslocalização de multinacionais, mas outras oportunidades estão a surgir, como lembra Afonso Batista. “A título de exemplo, existe um cluster de empresas de Braga e Guimarães, a maioria do sector da construção civil, que está em processo de internacionalização para Angola, e nós, através das nossas agências do Norte, estabelecemos esse interface ao nível de contratação de pessoal”, acrescenta ainda o presidente da Multipessoal.

Desemprego não é para todos

É certo que a crise bate a todas as portas e nem mesmo os licenciados são poupados, existindo cerca de 46 mil em compasso de espera, inscritos nos centros de emprego, em todo o país. Só no Norte e no Centro são cerca de 27 mil.
Porém, também é certo que nem todos sofrem na pele o mesmo problema, que se agrava consoante o curso e também a faculdade que escolheram.

Na Universidade da Beira Interior (UBI), Covilhã, a generalidade dos cerca de 40 cursos tiveram uma taxa de empregabilidade superior a 80% (dados até Dezembro de 2008), em áreas tão diversas como arquitectura, cinema, design, multimédia ou gestão.

Mas são os cursos associados às ciências da Engenharia que mais se destacam, com níveis acima dos 90%. “A título de exemplo, e segundo dados oficiais disponibilizados pelo gabinete de Planeamento e Estratégia do Ministério do Ensino Superior (Fevereiro de 2009), as taxas de empregabilidade das nossas licenciaturas de Engenharia Informática chegaram aos 95%, a Engenharia Aeronáutica aos 97%, a Engenharia Mecânica aos 100% e a Electromecânica aos 98%, só para citar alguns casos”, refere Rogério Palmeiro, responsável pelo Gabinete de Estágios e Observatório de Emprego da UBI.

Durante o ano de 2008, este gabinete geriu uma base de dados de 8000 empresas, tendo disponibilizado o mesmo número de ofertas de estágio, emprego, bolsas de estudo e investigação e programas internacionais de mobilidade. Como sublinha Rogério Palmeiro, estiveram inscritos no gabinete de apoio mais de 1500 alunos e ex-alunos que “numa primeira fase frequentam estágios de aproximação à vida activa ou de Verão — realizados nos primeiros anos de formação —, avançando após a conclusão das formações para estágios do tipo profissional e contratação pelas empresas”.

Além do tecido empresarial local e regional, algumas das principais empregadoras dos diplomados da UBI são entidades de referência como a construtora Lena, Visabeira, Jerónimo Martins, CapGemini, Critical Software, Cysco Sistems, Vodafone ou Sonae, só para citar alguns exemplos



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