Fernanda Pedro
O MINISTÉRIO dos Negócios Estrangeiros procedeu
a um reforço significativo dos funcionários de diversas
estruturas diplomáticas e consulares. Dos 27 trabalhadores que
dispunha espalhados em diversos países, estes aumentaram para 62.
Um crescimento necessário, que, segundo José Cesário,
secretário de Estado das Comunidades Portugueses, "foi
originado pelo crescimento da emigração portuguesa nos
últimos anos".
Com esta medida, o Estado pretende dotar as embaixadas e os consulados
dos meios humanos indispensáveis para uma maior eficácia
na acção política-diplomática e para um
serviço consular mais próximo dos utentes.
José Cesário revela mesmo que em determinados consulados
portugueses a procura de apoio por parte dos nossos emigrantes tem sido
muito intensa e não existiam até agora os meios humanos
necessários para os auxiliar. "Agora vamos suprir os
problemas mais gritantes dos nossos emigrantes", assegura o
governante.
Os casos mais graves de falta de técnicos consulares registam-se
nas cidades de Londres, S. Paulo e Rio de Janeiro e também em
Andorra. José Cesário refere que em 10 anos o número
de portugueses em Londres subiu de 40 mil para 120 mil e "isso
resulta numa grande procura de apoio por parte dos nossos emigrantes".
Por esse motivo, aos oito funcionários do Consulado Geral de
Portugal na capital inglesa juntaram-se mais quatro. Em S. Paulo passou
de um para três, no Rio de Janeiro de quatro para seis e na secção
consular da Embaixada de Portugal em Andorra passou de dois para três.
Também em Caracas foi necessário contratar mais dois trabalhadores
consulares para juntar aos dois existentes nessa cidade, devido à
crise que se instalou no país. "A grande instabilidade
económica da Venezuela também atingiu os portugueses que
aí vivem e o apoio consular tem sido imprescindível",
explica o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas.
Já em França, um dos países de grandes tradições
na recepção de emigrantes portugueses, o trabalho dos
funcionários dos consulados reside no apoio às questões
relacionadas com as pensões, devido à "população
de emigrantes envelhecida", salienta o membro do Governo.
A decisão de contratar mais funcionários consulares foi
tomada em articulação com o Ministério das Finanças
e José Cesário deseja que este reforço dos recursos
humanos melhore as condições dos postos consulares mais
complicados e sujeitos à procura dos emigrantes portugueses.