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Emprego 'garantido' no sector TIC

29.08.2003


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Ruben Eiras

Portugal tem a taxa de sobrevivência de empresas de TIC mais alta da UE: cerca de 97%


PORTUGAL tem a mais alta taxa de sobrevivência de empresas de tecnologias de informação e comunicação (TIC) da UE.

Das empresas criadas em 1998, mais de 97% sobreviveu depois de um ano de actividade e 80% passados dois anos, criando assim um nicho de emprego qualificado estável no sector privado nacional. Este é o resultado em destaque das últimas estatísticas sobre a sociedade da informação na Europa elaboradas pelo Eurostat.

O mesmo documento mostra que entre 1998 e 2000 se vem acentuando a tendência de diminuição do emprego no sector industrial das TIC e de aumento no dos serviços deste sector.

Com efeito, naquele período, o emprego industrial diminuiu de 28 mil pessoas empregadas para 21 mil. Por outro lado, os postos de trabalho no sector dos serviços subiu de 72400 para 72700.

De acordo com Jaime Quesado, gestor do Programa Operacional para a Sociedade da Informação (POSI), a razão por trás destes dois indicadores assenta num aumento da procura de soluções TIC e de telecomunicações por parte dos sectores empresarial e estatal.

"Por isso, o emprego no sector dos serviços das TIC aumentou e tenderá a focalizar-se nos segmentos de 'after-care', ou seja, na lógica de valorização do serviço personalizado e à medida das necessidades específicas das organizações, em detrimento da manufactura do produto", explica aquele responsável.

Ou seja, por outras palavras, o mercado português das TIC está a especializar-se em saber "encaixar" os produtos segundo as exigências de cada cliente.

"Esta é a razão da alta taxa de sobrevivência das empresas TIC no nosso mercado: com a globalização dos negócios e a permanente renovação dos produtos, serviços e processos, as empresas são obrigadas a responder em tempo real às solicitações dos clientes", explicita Jaime Quesado.

Todavia, apesar desta boa "performance", o peso do sector TIC no total do emprego nacional ainda é diminuto: apenas 1,9%.

Para conseguir dinamizar a criação de postos de trabalho neste segmento de actividade, Jaime Quesado defende a criação de plataformas tecnológicas que articulem o Estado, o tecido empresarial, as universidades e os centros de I&D no desenvolvimento de novos produtos e processos de criação de valor acrescentado (como o crescimento das exportações e da captação de investimento).

A outra das frentes de luta é uma maior aposta na formação técnica avançada de quadros da administração pública, quadros e técnicos empresariais com competências nesta área.





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