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Emigração já ultrapassa a barreira dos 100 mil

Emigração já ultrapassa a barreira dos 100 mil

Portugal terminou 2013 entre os 11 países europeus onde a emigração superou a imigração, registando segundo o Eurostat uma taxa negativa de 3,6 saídas por cada mil habitantes. Os dados constam de um relatório do Eurostat  que avalia o desenvolvimento sustentável na União Europeia e a médio prazo não deverão sofrer qualquer inversão, tendo em conta que o desemprego jovem e de longa duração permanecem numa rota ascendente.

03.01.2014 | Por Cátia Mateus


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O secretário de Estados das Comunidades aponta para que cerca de 100 mil portugueses tenham emigrado no último ano. O número choca pela dimensão, mas entre o grupo dos que saem não estão apenas desempregados de longa duração ou jovens que não encontram no seu país as ambicionadas perspetivas profissionais e estabilidade laboral. Há um número cada vez maior de profissionais que tem como ambição consolidar uma carreira internacional.

É o caso de Mafalda Pinto. A gestora de recursos humanos rumou há seis meses para o Reino Unido decidida a concretizar o sonho de trabalham num cenário internacional. A vontade surgiu ainda estudante e “quando a oportunidade surgiu não pensei duas vezes”, explica. Mafalda tinha emprego em Portugal e ainda que o salário não fosse, como classifica, “particularmente aliciante”, adianta que não foi essa a razão que a fez mudar. “O que queria mesmo era ganhar escala internacional”, reforça.

Os especialistas em recrutamento confirmam a tendência. “No futuro não se contratarão pessoas, contratar-se-ão competências”, explica Guilhermina Vaz Monteiro, com base nas conclusões de um estudo realizado pela Lukkap, a empresa que lidera - “O presente e o futuro do mercado laboral”. Para a especialista, “a Era da Geração do Milénio, voltada para as tecnologias e internacionalização, está a gerar profundas mudanças no mercado de trabalho”. Para Guilhermina vaz Monteiro, não restam dúvidas de que “as novas tecnologias permitem e permitirão ainda mais, aos profissionais interagir e colaborar a partir de qualquer parte do mundo”.

A potenciar esta rota de internacionalização em que muitos portugueses já entraram está também o facto das competências nacionais terem alcançado um reconhecimento e notoriedade globais. Nos últimos anos, um número crescente de empresas estrangeiras marcaram presença regular em feiras de emprego nacionais, de modo a detetar e atrair os melhores talentos portugueses para as suas operações internacionais.

Engenheiros de várias especialidades, sobretudo ligados à área das tecnologias de informação, civil, mecânica e química, lideram o grupo de profissionais que mais optaram pela emigração. Mas há outras áreas em que Portugal já se transformou num importante fornecedor de mão-de-obra para mercados internacionais, como é o caso da saúde ou construção.

De acordo com o estudo “Emigração”, encomendado pela seguradora Zurich e realizado em 12 países, o desemprego, a procura de um emprego melhor e a difícil situação financeira pessoal e do país, figuram entre os principais motivos que levam mais de metade dos jovens portugueses inquiridos a ponderar a emigração. Segundo as conclusões do estudo, só na Rússia se regista uma vontade maior de emigrar do que em Portugal.

O que ambicionam os portugueses
A segurança no trabalho é á luz deste relatório a principal aspiração dos portugueses, com 62% a admitirem que este é o requisito principal para darem o passo em frente. A estabilidade política do país de destino é também apontada por 37% dos inquiridos, logo seguida da baixa criminalidade (35%).

Angola, Moçambique, Brasil, Reino Unido, Suíça, Alemanha ou Estados Unidos figuram entre os países que até aqui mais têm atraído os profissionais portugueses. Mas a história futura da emigração lusa está a ganhar força noutras geografias. Austrália, Noruega, Dinamarca, Emirados Árabes, Colômbia e México são destinos que têm vindo a captar o interesse de uma nova geração de profissionais para quem o mercado de trabalho é o mundo e a tecnologia um forte aliado para chegar a toda a parte.



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