Basta abrir a secção de classificados do jornal, consultar o Linkedin, ou um dos vários sites de recrutamento disponíveis online para perceber que as competências técnicas são tão valorizadas como o domínio de idiomas, num processo de contratação. Engenheiros que francês, especialistas em tecnologias de informação a falar fluentemente alemão, advogados devidamente contextualizados com o mandarim, há muito que não são exemplos raros num mercado de trabalho que, por força da ambição e das circunstâncias económicas se tornou global.
Nos últimos anos, Portugal especializou-se na exportação de talento e figura já no mapa de um número crescente de empresas estrangeiras que, todos anos, rumam ao país para contratar perfis para as geografias onde operam. A facilidade com que os portugueses apreendem novos idiomas, associada à excelência da sua qualificação técnica atrai estas empresas que, em muitos casos, estão dispostas a custear a formação dos novos profissionais nos idiomas necessários. Mas para os especialistas em recrutamento, os candidatos atuais devem encarar a aprendizagem de novas línguas como uma vantagem competitiva.
Para Álvaro Fernandéz, diretor-geral do Page Group, dominar fluentemente a língua de algumas das economias mais emergentes pode abrir portas e gerar interessantes oportunidades profissionais. Razão pela qual o especialista aconselha os candidatos a realizar uma análise detalhada das suas ambições de carreira e, em função disso, investir na aprendizagem de um idioma que seja determinante nos mercados onde querem atuar. E são várias as hipóteses. Nos últimos anos, o panorama dos negócios tem mudado e o inglês, ainda que permaneça a língua empresarial por excelência, já não está isolado no ranking (ver caixa).
Se é, por exemplo, engenheiro poderá retirar vantagem de dominar idiomas como o francês, alemão ou árabe, tendo em conta os países que estão a gerar oportunidades de trabalho para esta área. Perceber em que fala a sua carreira é, cada vez mais, o melhor ponto de partida para ter sucesso em cenários internacionais.
Português dá cartas nos negócios
Um estudo realizado pela Bloomberg traça uma radiografia dos idiomas mais utilizados no contexto dos negócios. A empresa analisou 25 idiomas em todo o mundo, excluíndo o inglês, para perceber em que língua se celebram os melhores contratos e concluiu que no mundo, o português fala e dá que falar. A liderança dos novos idiomas mais utilizados no mundo empresarial é do mandarim (falado por mais de 845 milhões de pessoas), mas o português já figura no sexto lugar desta tabela de influências. Saiba os idiomas onde deve apostar se quiser capitalizar competências-chave e mais-valias no seu currículo.
O inglês continua a ser a língua predominante no mundo dos negócios, mas nos últimos anos, outros idiomas têm vindo a ganhar terreno fruto também da conquista de poder de muitas economias mundiais. O estudo da Bloomberg, referencia o mandarim como um idioma em crescimento e no qual vale a pena investir para progredir na carreira. Ainda que a língua seja uma das mais difíceis de aprender, figura já no segundo lugar da tabela de idiomas influentes do site.
A terceira posição é ocupada pelo francês, falado em 27 países por mais de 68 milhões de pessoas. Ainda que o idioma se mantenha há já largos anos na tabela dos mais utilizados, a análise da Bloomberg continua a sugerir que dominar a língua é um bom investimento em termos profissionais. A quarta posição é ocupada pelo árabe, já apontado comi um idioma emergente e cujo poder no mundo dos negócios tem vindo sucessivamente a aumentar, logo seguido pelo espanhol, na quinta posição, com cerca de 450 milhões de falantes. O português surge na sexta posição, mas da tabela fazem ainda parte o japonês, o alemão, o italiano e o coreano.