Os exemplos somam-se em todos os sectores de atividade, mas tendem a ser mais relevantes em áreas onde a constante atualização de competências e conhecimentos é estratégica para o negócio, conferindo à formação em regime de e-learning um potencial que não encontra correspondência nos modelos convencionais de transmissão de conhecimento. Nos últimos anos, do sector financeiro à área jurídica, comercial ou de vendas, sem esquecer o marketing e até os recursos humanos, os modelos de formação em regime de e-learning, estão a ganhar adeptos entre as empresas. Muitas estão a até a desenvolver plataformas internas, pensadas à medida das suas necessidades, onde a oferta formativa cobre todas as áreas vitais do negócio.
A cada ano, a consultora PwC investe mais de um milhão de euros anuais na formação dos seus quadros. Uma parte dessa formação está suportada por uma plataforma online própria que a empresa desenvolveu à medida das suas necessidades. António Saraiva, diretor-coordenador de Recursos Humanos da consultora, explica que todo o processo de formação da empresa “está sustentado numa plataforma informática global que nos permite ter acesso a conteúdos de e-learning mas também a tudo que se faz no mundo em termos de formação PwC”. A consultora realiza anualmente um levantamento das necessidades de formação, junto de cada uma das áreas e, em função disso articula a sua oferta formativa. “Para além disso há programas que são obrigatórios dentro da própria firma e para esses, criámos neste último ano aquilo que designámos de Universidade Corporativa, que funciona como uma universidade onde temos uma escola orientada para a Liderança, outra para a s componentes de ordem técnica, outra para as componentes de Negócio, outra para s componentes de Desenvolvimento Pessoal”. Tudo está sustentado numa plataforma de e-learning que é vital para o desenvolvimento de carreira na empresa.
Uma aposta que segundo Manuel Ferreira, diretor-geral adjunto do Instituto de Formação Bancária (IFB), se tem vindo a generalizar entre as empresas. A primeira experiência que o IFB colocou online nesta área da formação através da Web foi em 1998. “Na altura não era apenas uma escola virtual que só em 2001 evoluiu para e-learning, com o lançamento da plataforma Web Banca que atualmente temos e que disponibiliza formação bancária online”. A instituição tem cursos padronizados para o sector da banca, mas também realiza soluções formativas de e-learning, pensadas à medida de cada organização. Os mais de 20 cursos que tem disponíveis online são procurados quer por empresas, quer por profissionais e Manuel Ferreira não tem dúvidas de que a flexibilidade e a significativa redução de custos que esta solução permite, são os principais pilares que sustentam o crescimento que o e-learning tem registado em todo o mundo. “Através desta solução, os profissionais podem estudar e qualificar-se em qualquer local, num horário que seja do seu agrado e as empresas podem diminuir os custos associados à formação dos seus quadros, seja pelo preço da formação, seja porque se evita a perda de dias de trabalho ou o gasto em viagens de deslocação”, conclui.
A Era MOOC
No ensino, como na generalidade dos sectores de atividade, quem negligenciar o poder do digital corre o risco de ficar para trás. Nas universidades americanas, o potencial do e-Learning já ganhou um novo patamar com os MOOC (Massive Open Online Courses), uma ferramenta de formação gratuita que permite através do computador frequentar aulas nas mais prestigiadas universidades do mundo, com reputados professores. Na Europa o movimento está a ganhar um número crescente de adeptos.
É gratuito, qualifica multidões e as principais universidades mundiais já o encaram como uma aposta estratégica para conquistar novos públicos. Harvard, MIT e Standford figuram entre as universidades mais dinâmicas em matéria de educação digtal. Esta última, lançou recentemente um MOOC de inteligência artificial em parceria com a Google. O curso registou mais de 150 mil inscrições em todo o mundo e gerou mais de 20 mil certificações, atribuídas aos alunos que os concluíram com sucesso.
Mas então nos Estados Unidos o conceito já está perfeitamente enraizado e o seu sucesso é comprovado, até em matéria de empregabilidade, na Europa ainda é necessário subir inúmeros degraus até tirar o máximo partido desta ferramenta que pode complementar o modelo de ensino convencional. Portugal é um dos 11 países a integrar a iniciativa MOOC da União Europeia, e muitos estão já a utilizar as várias plataformas do mercado como a Veduca, Coursera, MiríadaX, Udacity ou EdX, entre muitas outras.