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Direito aproxima alunos ao Mercado

02.04.2004


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Maribela Freitas

A FACULDADE de Direito de Lisboa da Universidade Católica Portuguesa (FDLUCP) está a apostar cada vez mais na aproximação dos alunos à realidade da prática do direito. Desde Março que estão a funcionar "clínicas legais" - onde os alunos podem resolver casos reais -, com o objectivo de trazer a vida profissional para dentro da escola. Foram também celebrados acordos com a Ordem dos Advogados e escritórios, para que seja cada vez maior o contacto dos alunos com o mundo dos tribunais.


As "clínicas legais" têm como objectivo possibilitar experiências concretas do direito na vida prática, juntando grupos de alunos dos últimos anos para que possam ajudar advogados a resolver casos reais.

Este modelo - inédito em Portugal -, baseia-se no princípio de que é fazendo que se aprende, através de uma relação privilegiada entre estudantes, professores da faculdade e advogados.

Supervisionados por professores e advogados, os alunos farão investigação, desenvolvimento, articulação e interpretação de factos, em gabinetes criados na universidade ou em escritórios de advogados, em articulação com a escola.

"O objectivo desta iniciativa é responder ao problema do divórcio entre a universidade e a vida prática", explica Rui Medeiros, director desta faculdade.

A funcionar desde Março, as "clínicas legais" integram grupos de cinco alunos do quarto e quinto ano, ocupando-lhe meio-dia de trabalho semanal, que conta para a obtenção de créditos.

De acordo com Rui Medeiros, "arrancámos com cinco parcerias para esta actividade e uma delas é com o Alto Comissariado para as Minorias Étnicas". Com as "clínicas legais" os alunos e a escola podem servir pessoas carenciadas de apoio jurídico, incapazes de suportar os custos.

Intimamente ligados a esta iniciativa estão dois protocolos assinados recentemente. O primeiro liga a FDLUCP ao Conselho Distrital de Lisboa da Ordem dos Advogados (OA), e tem como intuito facilitar e acessibilizar a relação com a OA e garantir a participação deste organismo em actividades da escola.

O segundo foi celebrado com escritórios de advogados de Lisboa, afim de aproximar os alunos à vida profissional, criar estágios de Verão e convidar esses profissionais a participar em cursos gerando oportunidades de participação dos jovens em acções e processos em curso nesses escritórios. Trata-se de permitir um maior contacto entre alunos e mercado de trabalho.

"O mercado não tem profissionais a mais, necessita sim de advogados com qualidade", refere Rui Medeiros. Daí que a aposta na qualidade da formação seja cada vez maior nesta faculdade.

Uma das ideias desenvolvidas por esta instituição passa pela flexibilização dos planos curriculares. Com esta acção a faculdade quer agilizar e compatibilizar os cursos com a norma europeia e apostar na ideia de um curso como um "fato por medida".

O tronco obrigatório geral do curso foi reduzido e as disciplinas essenciais à formação base de um jurista estão concentradas nos primeiros anos.

Aproveitando o vasto "campus" da Universidade Católica, os alunos depois de acabarem a formação de base correspondente ao tronco comum, passam à fase seguinte do curso que se encontra estruturada por área de especialização, definidas em função das principais ou mais frequentes saídas profissionais - forense, empresarial e pública internacional. Em cada área de especialização existem disciplinas obrigatórias de área e optativas.

A FDLUCP criou ainda um centro de arbitragem e está a apostar na internacionalização do curso, através da inclusão de seminários leccionados por professores estrangeiros, participação activa no programa Erasmus e organização ou participação em Cursos de Verão.

Para verificar a aceitação no mercado de trabalho dos seus alunos, a faculdade inquiriu 400 licenciados nos últimos cinco anos e verificou que apenas nove estão em situação de desemprego.





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