Os clientes de Sebastião de Lancastre são as empresas. Grandes empresas como a EMEL, a Renova, Ikea, mas também organizações do terceiro sector como a Unicef. “As mais de 4600 empresas têm todas a mesma necessidade: receber dinheiro o mais depressa possível e fazer uma reconciliação correta e automática com a contabilidade”, explica o gestor que em 2007 criou a easypay, uma startup FinTech que atua na área dos pagamentos eletrónicos e cujo objetivo é “facilitar as transações eletrónicas entre empresas”. A ideia surgiu antes, enquanto trabalhava na Unicre, empresa à qual chegou a propor a sua ideia de negócio. A recusa mudou-lhe a vida. Saiu e fundou a easypay que inovou ao permitir a realização de pagamentos através de referência multibanco e mais tarde via débito direto, registando nos últimos quatro anos uma taxa anual de crescimento na ordem dos 40%.
Filho de um ex-diretor da Unicre, Sebastião Lancastre, fundador e atual CEO da easypay, diz em jeito de graça que nasceu “num berço de plástico” apesar do pai “ter sido dono e mineiro na única mina de ouro em Portugal”. O gestor confessa que o facto de ouvir o pai falar de cartões e meios de pagamento eletrónicos, lhe despertou o interesse para trabalhar neste sector. A ideia nasceu no ano 2000, mas a empresa só foi formalizada sete anos mais tarde, “quando foi publicada a primeira diretiva comunitária sobre esta área”, relembra.
Sebastião de Lancastre investiu, em conjunto com dois sócios, €50 mil no lançamento da empresa e enfrentou as duas primeiras batalhas: o registo da marca e o Banco de Portugal. “Em 2000 não se podiam registar em Portugal marcas com vocábulos anglo-saxónicos. Tivemos de ir ao Mónaco registar a marca. Depois, o Banco de Portugal não tinha grande abertura para aceitar o nosso tipo de negócio. Já existia a Paypal, mas a easypay, em Portugal, teve de esperar até 2007 para iniciar a sua atividade”, relembra o CEO. Ultrapassadas as dificuldades iniciais, a prioridade da equipa foi “ir rapidamente para o mercado e testar o modelo de negócio” que acabaram por ter de adaptar às exigência do clientes.
O foco foi desde sempre “oferecer a possibilidade aos clientes de receberem de forma mais rápida e proporcionar-lhes todos os meios de pagamento, para não haver desculpas de não conseguirem receber”, explica. Criada em cenário de crise e numa altura em que “o tempo do crédito tinha acabado”, Sebastião de Lancastre focou-se no essencial: “O respeito por cada euro investido”. O resultado foi uma empresa que nos últimos quatro anos cresceu a uma média de 40% ao ano e passou dos dois elementos com que arrancou para os 17 que emprega atualmente. Até ao final do ano, o CEO espera aumentar para 24 o número de profissionais, com o reforço das áreas de gestão de clientes e TI, “as duas áreas mais importantes para o negócio poder crescer de forma sustentável”.
BI Empresarial
Sebastião de Lancastre - Fundador e CEO da easypay
Formação:
Licenciado em Engenharia de Sistemas pelo Instituto Superior de Informática e Gestão (COCITE).
Data da criação:
A ideia surgiu em 2000, mas a empresa só foi formalmente criada em 2007.
Área de atuação:
FinTech.
Investimento inicial:
€50 mil e três anos mais tarde um novo investimento de €200 mil.
Público-alvo:
“Os nossos clientes são as empresas. E temos todo o tipo de clientes, desde grandes empresas como a EMEL, Renova, Ikea a organizações do terceiro sector como a Unicef”, explica.
Empregos criados:
17. Até ao final do ano a empresa deverá alcançar os 24 profissionais.
Contratações previstas:
Essencialmente nas áreas de gestão de clientes e Tecnologias de Informação.