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Currículos: os clichés que afastam os recrutadores

Currículos: os clichés que afastam os recrutadores

A regra é transversal a qualquer função ou área de atividade a que se candidate. Para se destacar entre a concorrência e marcar pontos sobre outros candidatos, tem de evitar todos os clichés no processo de candidaturas. E são muitos os clichés que fazem desesperar os recrutadores.

16.10.2015 | Por Cátia Mateus


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E se já procurou algum especialista em aconselhamento de carreira sabe que o primeiro conselho que lhe dá, no que respeita a currículos e processos de candidatura, é para evitar frases feitas. É verdade que quando um recrutador pesquisa um profissional numa base de dados, o seu primeiro crivo para agregar um leque de potenciais candidatos são as palavras-chave (keywords) que constam no seu currículo. Mas atenção expressões comuns como “trabalho em equipa” ou “boas competências de comunicação”, não contam como keywords nem servem de filtro para lhe dar uma oportunidade de chegar à entrevista. ?

O que o empregador procura quando analisa um currículo é um espelho do que de mais relevante o candidato em análise fez nas empresas por onde passou. Por isso, o foco é identificar exemplos concretos de talento, resultados práticos, e não listagens exaustivas de funções profissionais. E a verdade é que segundo a plataforma americana de aconselhamento profissional Career Builder, uma grande parte dos candidatos falham oportunidades de emprego exatamente no nível em que se apresentam ao mercado, exatamente por ignorarem esta orientação. A plataforma associou-se ao especialista Sally Stetson, fundador da empresa de executive serach Salveson Stetson Group, para conduzir uma investigação que permitiu identificar as frases que os candidatos mais utilizam nos currículos e que desesperam qualquer recrutador.

Chavões a evitar
Além das já citadas “trabalho em equipa” e “boas competências de comunicação”, foram identificados vários chavões próprios de quem ignora que o currículo é acima de tudo uma ferramenta de marketing capaz de, se bem utilizada, diferenciar um candidato entre os vários que competem pelo mesmo emprego. ?Se tem no seu currículo expressões como “possui competências de liderança, comunicação, motivação e inspiração de equipas”, ou “excedeu todos objetivos de produtividade do departamento”, “lidou diariamnete com clientes” ou ainda “especialista, orientado para resultados e com boas competências de negociação”, talvez queira revê-las.

A melhor forma de fazer passar estas mensagens, garante Stetson, é “clarificar resultados concretos”. ?Uma boa alternativa para demonstrar as suas aptidões como especialista e sua orientação para resultados seria, por exemplo, dizer que “enquanto especialista e gestor da área de negócio X, consolidou sólidas relações com clientes que permitiram aumentar as vendas em 33% e aumentar a carteira de clientes de 10 para 50”. Se quiser evidenciar o seu “espírito colaborativo e capacidade para integrar equipas diversas”, poderá referir que “no âmbito desta função colaborou com elementos-chave dos departamentos financeiro e de tecnologias de informação para desenvolver e implementar uma nova plataforma de análise de vendas”.?Focar-se nos resultados e apresentá-los de forma clara e sucinta aos recrutadores é, para o especialista, “tão vital como manter o seu currículo atualizado”. Acrescenta Stetson a propósito desta investigação que analisou milhares de currículos que o Cv é a melhor ferramenta de autopromoção de um candidato e que a eficácia mede-se em resultados.



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