As dificuldades motivam-no a fazer melhor e, na verdade, o contexto em que atualmente Pedro Nunes exerce a sua função é a prova disso. O gestor lidera os recursos humanos da farmacêutica Jaba Recordati num momento em que, relembra, “a crise económico-financeira e as políticas cada vez mais restritivas do Estado no sentido da redução da despesa de saúde, que obrigam a indústria e todo o mercado farmacêutico a uma constante adaptação da nossa estrutura e dos nossos procedimentos às novas realidades, num autêntico jogo de antecipação e de procura de novas eficiências”. Uma missão que parece estar a cumprir com sucesso, já que a farmacêutica foi eleita pelo European Business Awards como o Melhor empregador Europeu de 2013 e viu dois dos seus líderes - o diretor-geral, Nelson Pires, e o diretor de Vendas, Afonso Vicente - serem este ano distinguidos pelo ranking Melhores Gestores de Pessoas 2014. ?
Com uma equipa de cerca de 130 profissionais, a subsidiária portuguesa da Recordati atua em três áreas de negócio: produtos inovadores sujeitos a prescrição médica, genéricos e produtos de venda livre. Em 2013, a empresa registou em Portugal um volume de negócios de 32,9 milhões de euros, o equivalente a 4% da faturação global da empresa. Nos primeiros nove meses deste ano, a filial registou um aumento de 13,3% no seu volume de negócios face a igual período do ano passado. Para Pedro Nunes, a receita desta dinâmica é relativamente simples: as suas pessoas. ?“Em Portugal, a Jaba Recordati tem registado crescimento quando o mercado onde se insere cai praticamente”, explica o diretor de recursos humanos, acrescentando que a filial portuguesa tem, não só, conseguido manter os seus efetivos como registou ainda um ligeiro crescimento do seu quadro de pessoal.
A grande maioria dos profissionais evoluiram na companhia. “A média de idades situa-se nos 40 anos, são jovem que cresceram com a empresa e têm uma antiguidade média de 12 anos de carreira”, explica. Uma estratégia de progressão e desenvolvimento profissional que é âncora para a estratégia da Jaba Recordati e que a multinacional quer manter.?A companhia prioriza sempre os recrutamentos internos e só esgotada essa dificuldade vai ao mercado contratar. Ainda assim, soma anualmente vários recrutamentos externos, próprios do seu processo de crescimento. Pedro Nunes prepara novas entradas para 2015, que irão variar consoante as necessidades da organização, mas tem também em mãos um processo de promoção interna de quadros que, realça, “deixarão vagas as suas posições e que necessitarão de ser preenchidas”. É na área comercial que a empresa cria maior número de oportunidades.
Na identificação de talento Pedro Nunes prioriza as competências do “saber fazer”, mas também outros fatores decisivos como sejam a capacidade de iniciativa e cooperação, a resiliência, o planeamento ou o método de trabalho.?A Jaba Recordati tem parcerias com universidades nacionais, com as quais colabora em várias áreas, ainda que em matéria de recrutamento esta não seja a sua principal fonte de talento. O diretor de recursos humanos reconhece que no atual contexto os jovens necessitam de muita estratégia para vingar profissionalmente. “Vejo muitos jovens sem saberem o que pretendem fazer e sem referências. Em primeiro lugar é necessário ter um rumo, saber o que se quer fazer. Depois, é preciso muita vontade”, explica Pedro Nunes, acrescentando que “com vontade vencem-se todas as dificuldades. A vontade não é apenas um estado anímico e implica muito trabalho real, efetivo e diferenciador”.