Notícias

Consumo natalício gera emprego

Consumo natalício gera emprego

O consumo dispara no Natal e as necessidades de pessoal nas empresas também. A crise refreou o número de solicitações mas ainda assim muitos postos de trabalho foram gerados durante os últimos dois meses.
23.12.2009 | Por Marisa Antunes


  PARTILHAR



Tradicionalmente assegurado pelos estudantes universitários, este ano, o habitual acréscimo de ofertas de trabalho gerado pelo período natalício está também a ser disputado por pessoas que estão no desemprego, devido à recessão económica.

Este trabalho sazonal garante uma média de 500 euros mensais e dura entre dois a três meses e está, por norma, ligado a empresas da área do retalho e da distribuição.

Na Multipessoal, empresa de recursos humanos do grupo Espírito Santo, os pedidos dos clientes subiram 10 a 20% nestes últimos dois meses para fazer face ao maior volume de trabalho. “Ou seja, são entre 500 a 600 ofertas, concentradas, na sua maioria em Lisboa e Porto”, especifica João Silva, d irector comercial de Trabalho Temporário e Outsourcing da Multipessoal.

Entre as funções mais requisitas estão as promotoras para embrulhar prendas, os repositores e embaladores, pessoal de armazém (vários), operadores de empilhadoras e operadores de call-center para as áreas de venda e crédito e ainda figurantes para envergar a fatiota do Pai Natal.

“Tipicamente são estudantes universitários que asseguram este tipo de trabalho até porque este pico coincide com o calendário académico, ou seja, quem quer trabalhar em part-time durante este período pode depois dedicar-se às frequências que começam em Janeiro e Fevereiro”, diz João Silva. Mas este ano, e tal como já aconteceu em 2008, “não são só as pessoas típicas que estão a procurar este trabalho sazonal”. Em virtude da taxa de desemprego ser mais elevada, existem também muito desempregados, sublinha o responsável da Multipessoal.

Jornalistas a embrulhar prendas

Carla Marques, directora comercial da Vedior Recursos Humanos acrescenta que são muitos os candidatos com formação ao nível do 9º e do 12º ano, mas existe também um número significativo de licenciados (das tradicionais áreas já cronicamente associadas ao desemprego) a candidatarem-se a este tipo de trabalho, com o canudo em Comunicação social, Direito, Letras e da área do Ensino, para citar alguns exemplos.

Entre Outubro e Dezembro, o grupo Select Vedior, líder no trabalho temporário, recebeu entre 500 a 1000 pedidos para este trabalho sazonal, um número que ainda assim decresceu em relação ao ano passado “devido à crise”.

Os pedidos-extra começam a chegar habitualmente em Setembro, mas este ano, e também por motivos de contenção económica, “as solicitações só começaram a processar-se em Outubro e Novembro”, conta João Silva, da Multipessoal.

Há cada vez mais pessoas a recorrer a empresas de recrutamento temporário nesta época, pois fazem um contrato de trabalho temporário com todas as garantias legais associadas a este tipo de contratação, condições que o recibo verde não lhes dá.

Quando termina o Natal, muitas delas são ainda mantidas por mais duas ou três semanas na organização pois há um número significativo de empresas que necessitam de trabalhadores suplementares para ajudar a reorganizar o trabalho acumulado nesse pico de final do ano.



OUTRAS NOTÍCIAS
É um chefe inspirador?

É um chefe inspirador?


Ano novo, vida nova… ou mais do mesmo de sempre? Período propício a mudanças, quase sempre o início do novo ano fica marcado por grandes planos que três meses depois ...

Portugal perde trabalho

Portugal perde trabalho


Os últimos dados do Eurostat não são animadores para Portugal. De acordo com o relatório, o país foi o terceiro da Europa que mais postos de trabalho perdeu, durante...

A Era da tecnologia

A Era da tecnologia


O mercado de trabalho nacional enfrenta uma das piores crises de sempre, tendo superado, segundo dados do Eurostat, a fasquia dos 10% em Outubro altura em que a taxa de desemprego em Portugal se fixou...



DEIXE O SEU COMENTÁRIO





ÚLTIMOS EMPREGOS