A convicção de Sheryl Sandberg, a chief operational officer do Facebook e ex vice-presidente de vendas globais e operações online do Google, quando defende no seu livro “Lean In” que “um mundo verdadeiramente igualitário será aquele em que as mulheres estivessem a gerir metade do país e das empresas, e os homens a gerir metade das nossas casas”, pode parecer provocatoriamente irreal e longínqua, mas um estudo recente da Regus dá conta de que, também nesta matéria, as mentalidades estão a mudar. A empresa especializada em espaços de trabalho flexíveis confirma que 91% das empresas portuguesas estão conscientes da relevância das mulheres em contexto empresarial.
Ao longo da história, a maternidade limitou, em muitas empresas, a progressão profissional de inúmeras mulheres. Portugal não é exceção, mas para a Regus o cenário está a mudar. Segundo uma pesquisa conduzida junto de empresas nacionais e agora divulgada “91% das empresas portuguesas referem que as organizações ficam a perder se não empregarem mulheres depois da licença de maternidade”. Celia Donne, diretora global de operações da Regus, esclarece que “mais do que voltarem com uma agenda de contactos desatualizada e a memória enferrujada, as mães trabalhadoras têm competências e conhecimentos valiosos, como reconhecem 57% dos inquiridos em Portugal”.
No contexto nacional, o estudo revela que os entrevistados elencam a flexibilidade de horários, a possibilidade de trabalhar mais perto de casa e ter, em alguns casos, a opção de videoconferência em vez de viajar, estão entre as principais estratégias que podem facilitar um regresso das mães ao mercado. Entre as principais conclusões alcançadas em Portugal destaca-se, por exemplo, o facto de “talvez devido ao aumento das pressões financeiras, 39% dos entrevistados confirmarem que as mulheres optam por licenças de maternidade mais curtas (com menos de três meses)”, enfatiza o estudo. 44% assumem que trabalhar mais perto de casa é um incentivo adicional e 46% revelam que as mulheres pedem para trabalhar à distância quando regressam da licença de maternidade. Neste estudo a Regus inquiriu 19 mil empresários e gestores seniores em 98 países, Portugal incluído.