Notícias

Como se criam profissionais felizes

Como se criam profissionais felizes

Os profissionais portugueses são menos felizes na carreira do que os espanhóis, mas superam os irlandeses, os italianos, os britânicos e até os americanos. A consultora Universum acaba de divulgar os resultados do seu mais recente Global Workforce Hapiness Index que coloca os profissionais portugueses na 29ª posição do lista dos mais felizes na carreira.

10.12.2016 | Por Cátia Mateus


  PARTILHAR



O que leva um jovem profissional a trocar uma empresa por outra? E porque é que, na mesma empresa mas em países diferentes, o talento parece ser mais feliz, motivado e com maior grau de compromisso num do que noutro? A consultora Universum inquiriu 200 mil jovens profissionais em 57 geografias distintas para perceber o que conta na altura de reter talento. “A satisfação dos profissionais é crucial não só para reter os melhores talentos, como para manter equipas motivadas, capazes de gerar resultados e inovar constantemente”, explica Daniel Eckert, gestor de projeto da Universum para justificar a relevância do levantamento da “felicidade laboral” realizado pela consultora e agora divulgado. Segundo Eckert, “se, num determinado mercado, os jovens profissionais demonstram baixos níveis de descontentamento, isso é um bom sinal para a economia como um todo”. A avaliar pelos resultados deste ano, países como a Dinamarca, Noruega e Costa Rica podem estar tranquilos: têm os mais felizes e os mais leais profissionais do mundo. Já Portugal, ocupa a 29ª posição.

O país não figura no top 10 das geografias onde profissionais são mais felizes na carreira, e certamente tem inúmeros aspetos a melhorar, mas a sua posição na tabela confere alguns motivos de contentamento. Sabia que geografias tidas como muito aliciantes para trabalhar, como os Estados Unidos, figuram apenas na 36ª posição na lista de satisfação dos profissionais? E que os profissionais portugueses são, por exemplo, mais felizes do que os italianos, irlandeses ou britânicos? (ver tabela) O estudo da Universum analisou a felicidade e sentido de compromisso dos jovens profissionais às empresas onde se inserem, a partir de factores como compensações e salários, possibilidades de evolução na carreira e acumulação de conhecimento. “O indicador da felicidade permite aos empregadores compreender o contexto em que operam, ajudando-os a compreender onde devem concentrar os seus esforços”, explica Daniel Eckert.

O especialista da Universum acrescenta que o estudo permitiu concluir que “a capacidade das empresas reterem talento já não é apenas uma questão de manter os profissionais satisfeitos, por si só, e está cada vez mais relacionada com a forma como os seus profissionais se comparam com os seus pares em funções noutras empresas”. Segundo o documento, uma comparação negativa entre os profissionais de duas empresas, em igualdade de funções, “é, regra geral, um sinal de que os profissionais menos satisfeitos serão mais facilmente aliciados a deixar a empresa para a concorrência”.

De acordo com o gestor de projeto da Universum, “na maioria dos países analisados, o nível de compensações e benefícios e as oportunidades de progressão na carreira são as principais razões para a mudança”. Os dados do estudo permitem também concluir que em países onde os jovens profissionais estão menos felizes na carreira, um importante trunfo para inverter a situação é dar-lhes garantias de aprendizagem constante e evolução profissional. Por sua vez, em países onde o nível de felicidade é mais elevado, a retenção pode passar por melhorar as condições de equilíbrio entre a carreira e a vida pessoal. A pesquisa Global Workforce Happiness Index foi conduzida entre setembro de 2015 e setembro de 2016, e abrangeu 200 mil jovens profissionais em 57 países.

Os mais felizes

1º Dinamarca
2º Noruega
3º Costa Rica
4º Suécia
5º Aústria
6º Holanda
7º Finlândia
8º Bélgica
9º Hungria
10º República Checa
11º Alemanha
12º Suíça
13º México
14º Roménia
15º Bulgária
16º França
17º Singapura
18º Espanha
19º Colômbia
20º Brasil
21º Panamá
22º Chile
23º Canadá
24º Austrália
25º Rússia
26º Argentina
27º China
28º Polónia
29º Portugal
30º Perú
31º Itália
32º Reino Unido
33º Irlanda
34º Filipinas
35º África do Sul
36º Estados Unidos
37º Cazaquistão
38º Turquia
39º Argélia
40º Tailândia



OUTRAS NOTÍCIAS
Emprego tecnológico: o que procuram as empresas?

Emprego tecnológico: o que procuram as empresas?


“Há uma tendência natural por parte das empresas para procurar, cada vez mais, perfis com grande nível de especialização”, explica António Costa, l...

Uma app para erradicar a solidão e o isolamento

Uma app para erradicar a solidão e o isolamento


A XIMI nasceu em abril deste ano com o objetivo de “erradicar a solidão” e mesmo sem estar ainda disponível no mercado, tem somado algumas conquistas. Foi uma das empresas se...

Banca foi o segundo maior recrutador

Banca foi o segundo maior recrutador


Numa entrevista recente ao Expresso Emprego Paulo Marcos, presidente do Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNTQB), fazia contas às “vítimas” d...



DEIXE O SEU COMENTÁRIO