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Coleccionadores de conhecimento

Num mundo cada vez mais globalizado, dominar quatro ou cinco línguas estrangeiras é uma vantagem competitiva no mercado de trabalho
16.02.2007


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Maribela Freitas e Marisa Antunes
Apostam permanentemente na formação, coleccionam cursos e especializações e são incansáveis na sua busca de conhecimento. Atributos que os levam mais alto, alguns até à meta que sempre sonharam, outros até ao nível apenas exigido no competitivo mercado onde exercem a sua profissão.

Filipe Alves bem pode pertencer a esta classe de superprofissionais. Movimentando-se no concorrencial mundo publicitário, arquitecto de projectos tridimensionais para televisão, bem como de efeitos especiais, Filipe Alves está consciente de que a sua carreira não está limitada pelas fronteiras geográficas. Por isso, paralelamente aos conhecimentos académicos que possui e de dominar o inglês e o francês, resolveu investir mais na sua formação linguística e embrenhar-se não numa, mas em três novas línguas: italiano, japonês e árabe.

Aluno de italiano há dois anos, de japonês há um e de árabe há seis meses, Filipe Alves consegue conciliar a aprendizagem simultânea dos três idiomas. “São línguas bastante diferentes entre si, por isso não há problema. O italiano é mais fácil de aprender, o árabe funciona quase como o latim e o japonês até parece uma linguagem de computador”, diz com naturalidade. “Ao aprender estas línguas sinto que estou a abrir uma porta para uma certa parte do mundo. Em termos profissionais, tenho a certeza que estes cursos serão sempre uma mais-valia pois existem perspectivas de poder trabalhar no estrangeiro, ou exercendo em Portugal, deslocar-me a estes países em trabalho”, explica o publicitário que frequenta os seus três cursos na escola de línguas Margarida's School, no Estoril.

Vanda Santos, coordenadora de recursos humanos e qualidade da Adecco realça que a crescente internacionalização das empresas fomenta a necessidade destas contemplarem nos seus quadros colaboradores que dominem várias línguas estrangeiras. “As multinacionais tendem a apostar nos colaboradores que pelo facto de dominarem muitas línguas, poderão enveredar por projectos internacionais ou mesmo serem os interlocutores da empresa com clientes e fornecedores estrangeiros. Começa também a verificar-se a aposta de várias empresas na formação contínua dos seus quadros em línguas estrangeiras”, frisa a responsável.

Ainda assim, Vanda Santos admite não serem frequentes as candidaturas em que se destaque o domínio de várias línguas. “A própria fluência do inglês, francês e alemão em simultâneo não é tão frequente quanto seria desejável”, sublinha. No mercado de trabalho e de acordo com esta especialista, “considerando as ofertas de emprego, raras são as situações em que não se exige o conhecimento de uma ou mais línguas estrangeiras. Mesmo nos casos em que não se trata de um requisito essencial para o desempenho da função, as empresas valorizam bastante estes conhecimentos pelo valor acrescentado que podem trazer”.

Apesar das dificuldades e do tempo e empenho que se coloca na aprendizagem de línguas, este esforço é compensado pelo mercado de trabalho. “Nas actividades profissionais ligadas ao turismo ou à saúde, o conhecimento de outras línguas além do inglês, francês e alemão, constitui uma vantagem. Existem igualmente profissões específicas em que se exige o domínio de idiomas menos conhecidos como as línguas eslavas ou orientais”, explica Amândio da Fonseca, administrador-executivo do Grupo Egor.

Esta necessidade advém do incremento de populações imigrantes que “requerem a existência de profissionais aptos, por exemplo, para funções de atendimento personalizado ou telefónico. É também no âmbito das novas exigências da globalização dos negócios que os idiomas como o mandarim e o espanhol estão a atrair um número crescente de estudantes”, conclui o responsável da Egor.





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