A conjuntura económica adversa que afeta o país está a ter um impacto positivo no segmento do coaching. Segundo os dados do Coaching Survey, agora divulgados pela MRINetwork para o primeiro semestre de 2011, há mais empresas a pretender recorrer a esta ferramenta do que no primeiro semestre do ano passado. Para Ana Luísa Teixeira, country manager da MRINetwork e Group Coach do GIGA - Coaching de Inspiração Grupanalítica, que é parceiro na elaboração deste inquérito, “os resultados da utilização do coaching por parte das empresas mostram um crescimento face ao ano passado, um indicador positivo uma vez que parece inquestionável que se bem conduzido, o coaching constitui uma ferramenta de eleição na ajuda às empresas e executivos a atingirem os seus objetivos e desenvolverem as suas potencialidades”.
Há mais 3% de empresas com intenção de recorrer ao coaching do que existiam nos primeiros três meses do ano passado. São já 25% as empresas que nãos prescindem desta ferramenta. Um crescimento que para Ana Luísa Teixeira tem a sua principal justificação na conjuntura económica de instabilidade que o país atravessa. Diz a especialista que “apesar da crise, ou provavelmente por causa dela, uma vez que as empresas enfrentam tempos desafiantes pelas dificuldades que encerram, o coaching pode constituir-se como uma ferramenta eficaz neste contexto”. Na maioria dos casos (60%), as empresas que tencionam investir no coaching estão decididas a manter mais ou menos o mesmo número de programas que realizaram no ano passado para os seus colaboradores. Ainda assim, aumentou 9% a percentagem de empresas que pretendendo recorrer aos serviços de coaching, tencionam reforçar o número de acções de coaching. Este ano são já 40%, contra os 31% apurados no primeiro semestre de 2010. “Talvez as empresas comecem a reconhecer o valor desta ferramenta e o retorno do investimento que ela pode proporcionar se o processo de coaching for conduzido de forma séria e profissional”, explica a head hunter Ana Luísa Teixeira.
É no setor da indústria que as empresas mais mencionam a intenção de apostar nestas ações, com 40% das organizações a assumirem o coaching como vital para o sucesso. Mas segundo Ana Teixeira, os setor das TI's também se destaca pela positiva, apresentando um aumento de 9% face ao semestre anterior. “Quando analisamos os dados de forma setorial reparamos que, à excepção da logística que não sabe ou não divulga os seus dados de 2010, todos os restantes setores prevêm um investimento em coaching superior ao segundo semestre do ano passado, com maior protagonismo no setor da Construção Civil e Obras Públicas”, explica a especialista.
A gestão do stress é uma das áreas chave de aposta. Tanto mais que, segundo os dados deste inquérito, 47% dos inquiridos revelam sentir mais stress este ano do que no ano passado e também ao nível das equipas, 52% dos líderes confirma ser notorio o aumento de stress nas suas equipas. Contudo, apesar destes dados, 65% das empresas não prevê dar qualquer tipo de apoio aos seus colaboradores na gestão do stress. Setorialmente, a Construção Civil é onde mais dirigente mencionam stress (96%) e onde 69% dos inquiridos apontam para um nível de stress 4, o mais elevado.
Para Ana Luísa Teixeira, “o stress é utilizado neste inquérito como indicador para avaliar a necessidade de recurso ao coaching. Os altos níveios de stress no trabalho estão sempre associados à vivência de dificuldades de natureza diversa que podem ser eficazmente minimizadas com recurso ao coaching individual ou de equipa”. A especilaista acrescenta ainda que “a discrepância entre o que desejamos, os nossos objetivos e a nossa percepção da realidade, pode ser fonte de stress e também ai o coaching é uma ferramenta adequada para ajudar a superar este gap, levando à compreensão e resolução das situações e a repor os níveis de stress desejáveis para facilitar a passagem a um nível mais elevado de eficácia, motivação, empenhamento e bem estar”.
O Coaching Survey é um inquérito semestral às empresas sobre as suas intenções de recorrer ao coaching, realizado pela MRINetwork e pelo GIGA - Coaching de Inspiração Grupanalítica. Neste inquérito foram inquiridos 168 administradores, diretores-gerais e diretores de recursos humanos dos setores das Tecnologias de Informação, Farma, Logística, CC&OP e Indústria.