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Ciência pode criar 800 mil empregos

A Europa tem uma carência cada vez maior de profissionais ligados às tecnologias e aos diversos ramos da engenharia. A União Europeia tem em marcha diversos programas para dinamizar estas áreas em matéria de formação e mobilidade e atrair os jovens para os ramos mais científicos do ensino. O novo programa-quadro de investimentos em Ciência, Tecnologia e Inovação, por exemplo, prevê a possibilidade de criação de cerca de 830 mil empregos na Europa até 2030.
27.04.2012 | Por Cátia Mateus


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Pedro passos Coelho quer fazer da ciência e da tecnologia as grandes parceiras das empresas portuguesas e um dos principais motores de crescimento do emprego em Portugal. O anúncio foi feito esta semana, por ocasião da conferência “Ciência 2012: Portugal - Caminhos de Excelência em Ciência e Tecnologia”, que decorreu na Fundação Gulbenkian e vai de encontro aquilo que é também a estratégia europeia. A necessidade da Europa colmatar com urgência a sua carência de profissionais qualificados nas áreas mais tecnológicas já levou oito das principais escolas de engenharia europeias - onde se inclui o Instituto Superior Técnico - a estruturar um projeto capaz de atrair mais estudantes para a área das engenharias e tecnologias. O Attract está em marcha, mas não é o único programa pensado para promover o emprego na área das ciências na Europa. As empresas europeias estão a ter cada vez mais dificuldade em suprir as suas lacunas de recursos humanos nas áreas científicas. É preciso cativas o interesse dos jovens - homens, mas também mais mulheres - para os diversos ramos das ciências mas, simultaneamente, reduzir a taxa de abandono escolar que ainda afeta estas licenciaturas e promover a mobilidade dos licenciados nestas áreas dentro do espaço europeu. Entre os principais aliciantes de uma carreira nas ciências podem estar os salários elevados, a facilidade de acesso ao mercado laboral, quando comparado com outras áreas e as crescentes possibilidades de uma carreira de sucesso em patamares internacionais. A corroborar esta lógica está a proposta europeia que sustenta o novo programa-quadro de investimentos em Ciência, Tecnologia e Inovação - Horizonte 2020. A proposta do programa prevê investimentos na ordem de 80 mil milhões de euros, destinados a transformar a União Europeia na líder industrial do mundo. As pequenas e médias empresas (PME) estão no centro desta revolução europeia, cuja grande missão é gerar 830 mil novos empregos na União Europeia até 2030. O início do financiamento deverá acontecer em 2014 e prolongar-se até 2020 com a missão de criar pontes entre a investigação e as necessidades das empresas que operam no terreno. As PME deverão, segundo a proposta, receber 15% deste total de 80 mil milhões (cerca de 12 mil milhões de euros). A principal orientação é para financiar principalmente as empresas de países que tenham um histórico de investimento na investigação e produção industrial, como formas de manter o crescimento e o emprego. Segundo Graça Carvalho, a eurodeputada portuguesa que é uma das mentoras deste programa, o Horizonte 2020 alia, pela primeira vez, a inovação á ciência com a meta de ligar a indústria à investigação. O objetivo é acabar com fenómeno de ver os resultados da investigação desenvolvidos na Europa serem aplicados na indústria de outros países. O programa não se restringe, contudo, apenas ao investimento na investigação como alavanca para o crescimento económico e prevê o lançamento de consórcios com instituições de investigação, liderados pela própria indústria. Isto permite que sejam as próprias empresas e as suas necessidades efetivas a determinar a agenda da investigação. O Horizonte 2020 deverá financiar a 100% os custos diretos dos projetos aprovados e cerca de 20% das despesas indiretas associadas e está previsto o financiamento de investigação em áreas que podem ser importantes para Portugal, como a investigação marinha e marítima e a bioeconomia.


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