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Cidade de vocações

Lisboa fervilha de actividade. A capital de Portugal tem-se desenvolvido economicamente, centraliza serviços nacionais e é ainda vista por muitos como terra de oportunidades
21.06.2007


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Maribela Freitas
Definir Lisboa não é tarefa fácil. As suas múltiplas faces, dão-lhe imensas oportunidades de se projectar ainda mais no futuro. A cidade concentra universidades, actividade empresarial, atrai turistas e serviços. Parca em habitantes, vê diariamente a sua população crescer fruto das muitas centenas de pessoas que se deslocam à capital para trabalhar. Vista por quem chega para estudar como terra de oportunidades, tem vindo a destacar-se na área do terciário. Actualmente vive um período político conturbado, com a realização de eleições autárquicas intercalares.

“Lisboa é hoje uma cidade cuja base económica experimentou mudanças significativas em menos de uma década. É seguramente a urbe portuguesa que apresenta actividades e indicadores mais consentâneos com a economia do conhecimento”, explica Jorge Rocha de Matos, presidente da Associação Industrial Portuguesa (AIP), um organismo muito activo e com forte presença na cidade. Na perspectiva do presidente da AIP, enquanto cidade terciária, Lisboa desempenha funções privilegiadas de acolhimento de pessoas e empresas, especializou-se nas actividades comerciais, culturais e turísticas, realçando em relação a estas o turismo de negócios para cujo dinamismo a AIP tem contribuído, através da Feira Internacional de Lisboa. Apresenta ainda uma especialização significativa nas actividades de construção, industriais, logísticas e de serviços relacionados com «utilities».

Em termos económicos e inquirido sobre as grandes potencialidades que a capital apresenta, Jorge Rocha de Matos destaca um conjunto de actividades que decorrem dos efeitos de liderança e polarização sobre uma área metropolitana com mais de três milhões de habitantes. Essa situação permite que Lisboa se afirme com um elevado potencial em várias vertentes, nomeadamente empresarial, logística, conhecimento, cultura e turismo-lazer. Por exemplo, e a nível das potencialidades na área do conhecimento, estas surgem “pelo efeito catalizador exercido pela localização de estabelecimentos de ensino superior e politécnico, centros de investigação, grandes laboratórios, centros tecnológicos e infra-estruturas associadas à circulação do conhecimento”, frisa o presidente da AIP.

Ainda no domínio dos exemplos e no sector do turismo-lazer, destaca como potenciadores as fortes exigências a nível da renovação urbana, nas actividades culturais e no desenvolvimento do turismo de eventos e congressos, potenciada também com a entrada na rota dos cruzeiros marítimos. Quanto aos sectores que mais empregam actualmente em Lisboa, Jorge Rocha de Matos destaca os serviços às empresas, restauração, hotelaria — onde a oferta tem crescido largamente —, turismo, comércio, transporte e armazenagem.

No que respeita ao futuro, “Lisboa tem claramente uma vocação para desenvolver o terciário avançado e algumas indústrias de alta tecnologia”, frisa o responsável da AIP. Salienta ainda que a cidade deve afirmar-se perante o país como capital efectiva da inovação e conhecimento, por via das suas capacidades científicas, tecnológicas, de atracção de talentos e fomento do empreendedorismo de base tecnológica.

Radiografia da cidade

Localização: Região centro
Área: 84,8 km2
N.º de freguesias: 53 freguesias
N.º de habitantes: 564.657 (censos/2001)
N.º de desempregados: 18.102 (12790- primeiro emprego)/dados IEFP
Sectores-chave: A cidade de Lisboa apresenta elevado potencial de desenvolvimento nas vertentes empresarial, logística, de produção de conhecimento, cultura e turismo-lazer.

Diz-me por onde andas!

Raul Mota, de 50 anos, é um empreendedor nato. Bacharel em enfermagem, licenciado em gestão de empresas, trabalhou vários anos por conta de outrem em várias áreas, até que em 1992 abriu o seu negócio. Vendeu-o em 2003, tirou um ano sabático e em 2004 começou a estruturar a ideia para a criação da Localiser, sistemas de mobilidade S.A., sediada em Lisboa.

A empresa tem como objectivo o reforço da segurança de pessoas e bens (viaturas), garantindo a sua imediata localização e contacto, através de sofisticadas tecnologias de localização remota por satélite. A ideia surgiu a Raul Mota pelo seu gosto pelas novas tecnologias e pesquisa demorada sobre as necessidades do mercado e soluções inovadoras. “Antes de avançar com um negócio, deve-se saber bem o que se quer fazer e pesquisar sobre as necessidades do mercado”, aconselha o empreendedor. No seu caso foi o que fez e o sucesso está à vista. A empresa está em expansão, acabou de ganhar um novo sócio e são já oito os postos de trabalho criados.

O mais difícil mesmo, no início e para o desenvolvimento da ideia, foi o investimento. Também aqui batalhou e num congresso de capital de risco obteve o apoio financeiro da PME Investimentos que ficou com 70% do capital da empresa, agora adquirido pelo novo sócio.





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