Somam ao conhecimento financeiro competências tão diversas como as tecnologias de informação, a área jurídica, os recursos humanos, a comunicação ou outras e nas organizações modernas, o seu principal papel é o de impulsionar a mudança e a adaptação das organizações. Funções antes tuteladas em exclusivo pelo líder máximo da empresa, o diretor-geral (CEO). Esta mudança de contexto, que resulta clara no último barómetro da Michael Page - CFO & Liderança Financeira - coloca os diretores financeiros (CFO) num patamar de relevância organizacional em tudo equiparado ao dos diretores gerais. Lourenço Cumbre, manager da Michael Page Finance, não tem dúvidas: “estamos a assistir à evolução do cargo de CFO”.?
A crise económica criou novos desafios e necessidades às empresas, levando-as a adotar novas estratégias e a redefinir modelos de gestão organizacional. O reposicionamento dos diretores financeiros e dos diretores-gerais é um espelho dessa tendência, atribuindo aos primeiros responsabilidades acrescidas e um maior peso nas decisões estratégicas das organizações. “Cada vez mais, as empresas requerem que os líderes financeiros diponham de pensamento estartégico e, simultaneamente, competências de gestão financeira, comunicação e liderança”, explica o especialista, acrescentando que “entre as alterações previstas pelas empresas, a serem implementadas pelos diretores financeiros nos próximos 12 meses, destacam-se a implementação de novas políticas (46,5%), de novos softwares (39,6%), de centros de serviços partilhados (17,8%), a centralização (16,8%) e o outsourcing (14,9%)”.??
Homens e cada vez mais jovens
Em Portugal, o cargo de diretor financeiro ainda é maioritariamente desempenhado por homens (78,7%), mas é evidente o rejuvenescimento da função: 45,3% têm idade inferior a 39 anos. Os sector que mais recrutam líderes da área financeira são os Serviços, a Saúde e a Indústria. Para Lourenço Cumbre, não há dúvidas de que a função está em expansão seja na sua relevância ou no nível salarial. O estudo conduzido pela consultora de recrutamento revela mesmo que nos próximos 20 anos, os profissionais com 35 ou menos de 35 anos, podem esperar um crescimento salarial na ordem dos 43%. Em média, 50,1% dos líderes financeiros com menos de 35 anos aufere cerca de 89 mil euros anuais. O valor sobe para os 150 mil euros/ano à medida que a idade dos gestores também avança para os 50/54 anos.?
Para que esta valorização seja possível, o especialista da Michael Page, considera que é necessário que os profissionais mantenham uma postura de valorização e desenvolvimento de competências constantes. “O sector financeiro está em mudança e o perfil profissional mais procurado hoje poderá já não o ser dentro de um ou dois anos”, enfatiza Lourenço Crumbe. ?