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Cepticismo no 'e-learning'

27.08.2004


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Ruben Eiras

AS UNIVERSIDADES portuguesas estão cépticas face ao "e-learning". Esta é a principal conclusão de um recente estudo sobre os modelos europeus de universidades virtuais, publicado pela Comissão Europeia. A investigação focalizou-se na análise da utilização das tecnologias de informação (TI) no ensino superior. O estudo cobriu mais de 200 universidades da UE. As instituições de ensino superior portuguesas representam cerca de 9% de todo o universo da investigação.


Os investigadores agruparam as instituições de ensino superior em quatro grupos: as inovadoras, as cooperantes, as auto-suficientes e as cépticas. De acordo com aquela análise, a maioria das universidades portuguesas (6%) encontra-se neste último agrupamento, cujos traços principais são uma baixa utilização dos serviços digitais, uma integração limitada das TI nos processos de aprendizagem e uma baixa proporção de cursos de "e-learning".

Por sua vez, o segundo grupo com mais peso no tecido do ensino superior português é o das universidades cooperantes (2%), que se caracterizam pelo desenvolvimento de uma cooperação estratégica com outras instituições de ensino superior nacionais e estrangeiros, como também outros fornecedores educativos. Estão bastante avançadas na integração das TI nos seus processos de aprendizagem, mas demonstram uma utilização limitada dos cursos de "e-learning".

O restante da amostra nacional (1%) situa-se no grupo das universidades auto-suficientes. Este caracteriza-se por um nível elevado de integração das TI nos métodos de ensino, mas o seu grau de cooperação com outras entidades educativas é de grau mínimo. Quanto do grupo das universidades inovadoras em "e-learning", Portugal não possui nenhuma entidade de ensino superior.

Quanto aos restantes resultados, a destacar é o facto da Espanha e do Reino Unido serem os países que possuem a maior proporção de universidades no agrupamento das instituições inovadoras, com 22% e 19%, respectivamente.

Resistência à mudança


Entre os vários obstáculos à adopção do "e-learning" nas universidades, o estudo destaca a resistência à mudança por parte das entidades de ensino superior, a falta de conhecimento dos docentes acerca do potencial das TI no ensino, a falta de recursos tecnológicos educativos de alta qualidade e a necessidade de regulamentos da propriedade intelectual.

Segundo o estudo, devido à produção em massa de materiais pedagógicos para "e-learning", é crucial a existência de regulamentos que definam as formas de partilha e reutilização dos recursos educativos.

Além disso, também não existem sistemas de avaliação da qualidade dos cursos de "e-learning". Quanto ao público-alvo mais adequado para a aprendizagem electrónica, o estudo realça que este é composto pelos alunos pós-graduados e os de licenciatura.








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