CEO suíços são
os mais bem pagos da Europa
De acordo com o Wall Street Journal, os CEO ("Chief Executive Officers")
alpinos são os mais bem pagos da Europa, com um salário
que ronda os 5 milhões de euros (6,1 milhões de dólares).
Ao seu lado encontram-se ainda países como o Reino Unido, a Alemanha,
a Bélgica e a Áustria.
A sua tendência de crescimento, tal como relatada pela BoardEx,
uma empresa de pesquisa sediada em Londres especializada em conselhos
administrativos, pode provocar a implementação de regras
mais restritas na Suíça e na Alemanha. No primeiro, os
dirigentes suíços viram o seu salário subir em
média 50% durante o ano de 2003, em comparação
com 2002, aumento esse que não inclui incentivos a longo prazo,
como a análise à performance individual. Quanto aos CEO
alemães, e apesar de estes terem visto o seu vencimento aumentar
quase 31%, para um total de 3,3 milhões de euros no ano passado,
continuam a situar-se abaixo dos cerca de 8,6 milhões de dólares
auferidos pelos executivos americanos.
Na Alemanha, espera-se que o assunto continue a ser alvo de controvérsia,
nomeadamente com a inocência dada a seis arguidos, incluindo Josef
Ackermann, Chefe Executivo do Deutsche Bank AG, acusados criminalmente
pelo pagamento de quantias elevadas a dois antigos executivos da Mannesmann
AG quando esta foi comprada pela Vodafone Group PLC no Reino Unido em
2000.
Mas não é só o nível de compensação
financeira que desperta atenções. As leis que permitem
tornar públicas as compensações financeiras podem
ser revistas já que, ao contrário do que ocorre nos EUA,
as grandes companhias europeias não são obrigadas a fazê-lo.
Segundo a pesquisa da BoardEx, 65 das 300 companhias de topo europeias
não publicam qualquer contrato salarial.
"Esperamos que a publicidade deste julgamento (Mannesmann) estimule
o debate e encoraje mais companhias a publicar as compensações
individuais dos executivos, e também o como e o porquê
do ofertamento desses salários", afirmou Eva Schmierer,
porta-voz do Ministério da Justiça Alemão.
Na Suiça, o governo pretende solicitar às empresas que
revelem qual é a remuneração, em detalhe, de cada
membro do quadro executivo, e não apenas o salário do
membro do conselho de administração melhor remunerado,
que nem sempre inclui o CEO. O governo afirma que as leis actuais não
vão suficientemente longe e que a sua proposta, a qual pode demorar
um ano ou mais a passar no Parlamento, protegeria melhor os interesses
dos investidores. Apesar de, hoje em dia, as companhias suíças
terem de revelar o salário conjunto dos membros do conselho de
administração e o montante ganho pela pessoa melhor remunerada
o mesmo, não são obrigados a divulgar o seu nome.
No geral, os CEO ganham menos na Suécia - cerca de 937 mil Euros
anuais. No entanto, muitas companhias oferecem opções
remuneratórias aos seus executivos mas não publicam informação
suficiente para a BoardEx calcular o seu valor. No grupo dos mais "mal"
pagos incluem-se ainda países como Finlândia, Grécia,
Portugal e Luxemburgo.
O maior aumento anual foi o de Patrick Le Lay, presidente e CEO da
Television Française 1 SA, o maior grupo privado de televisão
francês. O seu montante, excluindo os incentivos de longo prazo,
mais do que triplicou para 5.2 milhões de Euros, principalmente
porque lhe foram dadas opções num valor de 2.7milhões
de Euros em 2003; em 2002 ele não tinha nenhuma. O porta-voz
da empresa declinou comentar estas compensações.
Vera Sousa