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Cativar jovens para o artesanato

13.08.2004


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Cátia Mateus

O CENTRO de Formação Profissional do Artesanato (Cearte) quer revolucionar o sector do artesanato em Portugal, pela via da inovação. Trata-se de evitar o desaparecimento de alguns ofícios apostando num sistema de formação que prepara os artesãos portugueses para a gestão dos seus projectos e concepção de produtos inovadores, com "design", adaptados às tendências actuais e aptos a concorrer no mercado global. O projecto arranca já em Outubro com o curso "Design e Tendências de Mercado nas Artes e Ofícios", mas a sua intervenção é bastante mais vasta e ambiciosa.

Luís Rocha, director do Cearte, não tem dúvidas de que "face à conjuntura actual, há uma forte necessidade de apostar na inovação de forma qualificada em grande parte das produções artesanais, como forma de evitar o seu desaparecimento".

O responsável adianta que "é um facto que os artesãos enfrentam a concorrência dos produtos provenientes da China e do Leste Europeu, mas a verdade é que face a esta ameaça continuam a produzir as mesmas peças, da mesma forma que o faziam há 20 ou 30 anos".

Uma prova de que o sector das artes e ofícios carece de um urgente investimento em termos de inovação para que se possa apresentar ao mercado de forma competitiva "e para que seja aos olhos dos jovens uma área onde vale a pena investir".

Com base neste pressuposto, o centro de formação liderado por Luís Rocha estruturou um projecto que abarca uma dupla vertente: um estudo conjuntural sobre a realidade do mercado nacional na área do artesanato e um curso de formação.

Com o estudo de mercado a nível nacional, o Cearte pretende efectuar um levantamento das profissões em risco e das causas desta ameaça. Com o curso de formação, a meta é colocar aos profissionais novos rumos onde a inovação é condição fundamental e "fomentar a parceria forte entre o artesão, que domina o saber, e o 'designer', que domina a concepção". Uma parceria que Luís Rocha diz ser essencial para travar o desaparecimento de algumas artes tradicionais.

De Outubro até Abril de 2005, um conjunto de 20 artesãos e "designers" - seleccionados das áreas da cerâmica, têxtil, vidro e madeira - estarão envolvidos num programa de formação com vista à criação de produtos inovadores e qualificados que dêem resposta às demandas do mercado. "O curso será orientado pelo técnico espanhol Juan Carlos Santos, que detém uma vasta experiência na área das tendências de mercado no sector do artesanato".





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