Cátia Mateus
O INSTITUTO Politécnico de Bragança (IPB)
quer estreitar a relação, muitas vezes problemática,
entre ensino e iniciativa empresarial. Para tal, a instituição
tem neste momento em estudo um novo modelo de ensino que aposta essencialmente
na aplicação prática, pela via da criação
de empresas, dos conhecimentos adquiridos ao longo do percurso académico.
O conceito é simples: colocar em prática um modelo de
formação em que o empreendedorismo é parte integrante
e onde os alunos desenvolvem, durante o seu percurso académico,
ideias para novos investimentos e empresas que posteriormente deverão
colocar em prática.
A instituição compromete-se a dar ao estudante todo o
apoio em matéria de estruturação da ideia e execução
dos projectos, nomeadamente, através da negociação
de capital de risco junto da banca para as melhores iniciativas empresariais.
Para o docente Francisco Cepeda, apesar de simples "este conceito
será um importante contributo para a região, enquanto
embrião de novas iniciativas empresariais no nordeste transmontano".
O professor catedrático, especializado em desenvolvimento regional,
acredita que este novo modelo de ensino em estudo é a estratégia
adequada para a renovação do tecido empresarial de Bragança.
A iniciativa permitirá ainda fomentar a inovação
e contribuir para a criação de emprego entre os formados
pelo IPB.
A concretizar-se este projecto, o instituto estaria não só
a apoiar os seus estudantes na criação do próprio
emprego, mas também a dar um forte contributo para a modernização
e inovação do tecido empresarial da região, combatendo
a sua "ausência de capacidade empresarial". Pelo
que, para Francisco Cepeda, "se aparecessem duas ou três
empresas por ano era um bom saldo".
Entre os sectores da região que para o docente estão subaproveitados
em matéria empresarial, merecem destaque alguns produtos de excelência
como o fumeiro e o azeite, associados a condições ambientais
fabulosas e à complementaridade com o Douro.