Maribela Freitas
A FACULDADE de Engenharia da Universidade do Porto e o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar juntaram-se na criação de um mestrado integrado em bioengenharia. Este curso vai começar a funcionar no próximo ano lectivo, será ministrado em ambas as escolas e tem como saídas profissionais as áreas da saúde, biotecnologia, farmacêutica, alimentar e ambiente.
Estruturado de acordo com o processo de Bolonha, o curso funcionará como um mestrado integrado, agrupando licenciatura e mestrado num único curso de cinco anos. De acordo com a sua direcção científica, o seu carácter inovador está no facto de assentar numa parceria em termos de igual responsabilidade entre duas escolas, aproveitando a experiência de ensino e investigação de ambas nestas áreas.
Para melhor aproveitar esses saberes, cada semestre será ministrado numa destas instituições de ensino. Aposta ainda em três ramos de especialização: engenharia biomédica, bioquímica e biotecnologia molecular. “Os ramos permitem diferenciar os futuros mestres na formação global, pois este é um curso que apresenta plasticidade na formação e treino”, acrescenta a direcção científica.
Os novos desafios da biologia
Criado no interface entre a biologia e a engenharia, este curso pretende dar ao futuros engenheiros uma formação de base especializada em engenharia, biologia, matemática, física e química.
Quanto a saídas profissionais, as actividades dos futuros engenheiros serão variadas e de acordo com a especialização escolhida a partir do terceiro ano podem trabalhar em engenharia de tecidos, robótica médica, indústria de processos, saúde ambiental ou em sectores onde é prioritária a concepção e desenvolvimento de novos produtos com base em biologia molecular, entre outras. “Em relação ao mercado de trabalho, sem dúvida que esta é uma área em crescimento e que estão a surgir oportunidades”, refere a direcção científica deste curso.
Contudo, ressalva “na medida em que estamos na Europa e portanto o mercado de trabalho é mais amplo que o do país, neste contexto o ensino/aprendizagem será o mais internacional possível”. Para já foram abertas apenas 24 vagas, uma vez que as entidades promotoras do mestrado querem primeiro avaliar a sua aceitação por parte dos estudantes. O seu plano curricular contempla um estágio de ambientação profissional no terceiro ano e um estágio semestral no último.