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As Treinadoras

São confidentes, gestoras e psicólogas dos seus clientes. As «business coachers» ajudam os empresários a estruturar os seus negócios e a apostar no desenvolvimento pessoal, um serviço de consultoria que vai além dos métodos da Action Coach, mas que assenta também nos créditos firmados que cada uma delas conquistou nas suas anteriores experiências profissionais.
14.09.2007


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Marisa Antunes
Ditam as estatísticas mundiais que 40% das PME abrem falência no primeiro ano de actividade. Das sobreviventes, cerca de 80% acabam por sucumbir antes de perfazer cinco anos no mercado. Cientes da sua vulnerabilidade são muitos os empresários portugueses que estão a descobrir o «business coaching», que permite potenciar as capacidades de gestão e a investir fundo no desenvolvimento pessoal de cada um, ferramentas fundamentais para o caminho do sucesso.

É exactamente isso que a equipa feminina da Action Coach faz. Experientes, polivalentes e também elas com um aguçado espírito empreendedor, as quatro mulheres da Action orientam, aconselham e ajudam, através dos métodos utilizados pela multinacional de «coaching», numa multiplicidade de áreas. “As questões que nos colocam são várias, desde a forma como se deve lidar com os clientes às parcerias estratégicas com alguns fornecedores, ou se será boa ideia apostar numa determinada campanha de «marketing»”, resume Susana Mendo, que é também a «coach» dos 21 «coachers» da equipa Action.

“Acima de tudo, querem traçar o rumo da empresa e pedem a visão de alguém de fora, pois eles estão emocionalmente ligados à organização, muitas vezes, como se fosse mais um filho, o que os impede de ter o distanciamento necessário. Frequentemente existe uma estratégia empresarial, mas falta o plano para chegar lá. O GPS que lhes permite atingir os objectivos", reforça Maria Augusta Vieira, que trabalhou quase uma década para a companhia Johnson & Johnson.

Com 80% de clientes homens e 20% de mulheres, as «business coachers», ou, à portuguesa, as treinadoras de empresas, tornam-se confidentes dos empresários, que na sua grande maioria, mais especificamente 86%, acabam por prolongar por mais tempo a consultoria inicial cuja duração média ronda um ano. “Tem a ver com o programa pretendido… Questões de liderança ou de crescimento sustentado da equipa de trabalho passa, muitas vezes, pelo desenvolvimento interno da pessoa”, lembra Teresa Botelho, que foi para a Action Coach após uma longa experiência na direcção comercial de empresas como a Mary Kay, a Guerlain ou a Playtex Espãna.

Cristina Almeida, outra especialista em «coaching», reforça: “Existe uma componente psicológica muito grande em todo este processo de consultoria. Os empresários estão muito sozinhos e sentem-se aliviados quando são ajudados. Não somos os sócios que também têm uma quota-parte do lucro da empresa ou a mulher que reivindica mais tempo para a família. Somos isentas e isso facilita muito”.

A gestão da agenda profissional e pessoal, aliás, é uma das questões recorrentes. “São muitas as mulheres empresárias ou com lugares de chefia que se queixam de falta de tempo para investir no «networking» e na impossibilidade de comparecerem a jantares de negócios, por exemplo. Uma boa parte passou por maternidades tardias e agora já com filhos, tentam conciliar, da melhor forma possível, a educação das crianças com o trabalho”, acrescenta ainda Cristina Almeida, que pertenceu aos quadros da Hewlett-Packard Portugal.

São também muitos aqueles que não conseguem evitar que a sua vida profissional tome conta da pessoal. “Neste caso, aconselhamos a fazer a sistematização das tarefas dentro da empresa. É possível criar procedimentos escritos de forma a que se a empresária, ou o empresário, (pois eles são igualmente sensíveis à questão familiar) tiver de sair cedo para ir buscar os filhos à escola, alguém consiga resolver a tarefa. Delegar é fundamental”, acrescenta Cristina Almeida.

As «coachers» lembram que a capacidade de liderança é outra das principais características a aperfeiçoar pelas mulheres, e que será uma mais-valia para conquistar terreno no campo do empreendedorismo de sucesso, onde já representam um terço do total de empresários. Segundo o estudo desenvolvido pelo IAPMEI, em 2006, no Observatório da Criação de Empresas, essa proporção aumenta para 40% na faixa etária entre os 25 e os 35 anos.


“Muitas mulheres têm medo de liderar e de passar aquela imagem de ‘mandona‘. Ao serem mais compreensivas, acabam por se envolver com os colaboradores. Os homens são mais imparciais”, realça Maria Vieira. Apesar de tudo, este envolvimento com a equipa que chefia acaba por ter algumas vantagens para a mulher empresária quando está sob pressão. “Os homens, em situações de stresse acabam por se isolar, recolhem-se em silêncio”, reforça Susana Mendo.

Teresa Botelho sintetiza ainda outras diferenças que separam os sexos na hora de tomar decisões. "Quando algo corre menos bem e é necessário redimensionar a acção, os homens analisam e agem. Passam à etapa seguinte de forma mais rápida. As mulheres, por vezes, hesitam. Funcionam muito por intuição. Mas têm uma força interior muito grande pois para chegar onde chegaram tiveram de provar a elas próprias, aos pais, aos maridos, aos filhos, aos colegas, que eram boas naquilo que faziam. E quando chegam ao topo é porque são mesmo muito boas, as melhores”, conclui a «business coach».





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