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ANJE aposta nas mulheres

06.06.2003


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Cátia Mateus

CATIVAR as mulheres para os desafios do mundo empresarial é a mais recente bandeira da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE)


Consciente das dificuldades que persistem na conciliação da actividade empresarial com a componente familiar, a instituição lança no mercado um projecto ambicioso destinado a atenuar as dificuldades sociais e familiares que tradicionalmente afastam as mulheres da construção de carreiras profissionais de sucesso.

O PIAF - Programa de Informação Apoio e Formação tem um investimento estimado de 1250 euros e deverá arrancar até ao final do corrente ano. "Este é um projecto de empreendedorismo no feminino", assim define o PIAF, de forma concisa e directa, Armindo Monteiro, presidente da ANJE. Com o entusiasmo próprio de quem se lança num novo desafio, explica que os homens ainda dominam no mundo dos negócios.

Um domínio que para Armindo Monteiro se deve, em parte, ao facto de as mulheres ainda terem grandes dificuldades em conciliar a vida profissional com a familiar, vendo-se obrigadas a optar pela família em detrimento da carreira.

O programa PIAF surge então como forma de minimizar o impacto desta tomada de decisão. A iniciativa "visa reunir de forma integrada um conjunto de instrumentos capazes de atacar as diferentes dificuldades e apetências de jovens mulheres com dificuldades de integração na vida activa, na qualificação e promoção profissional ou no próprio acesso à função e actividade empresarial", explica Armindo Monteiro. Através do PIAF, a ANJE fará, segundo o seu responsável, "uma aposta há muito esperada no empresariado feminino".

Mais do que uma mera incubadora


Embora a incubação de empresas não seja de todo a valência determinante neste projecto, a concretização do PIAF engloba a construção de um Centro de Apoio ao Investimento e Incubação de Empresas (CAIIE), na zona da Foz, no Porto.

Uma infra-estrutura que se encontra neste momento em fase de conclusão e que servirá para albergar algumas iniciativas empresariais, sagrando-se o palco do desenvolvimento de todo o programa. O CAIIE incluirá uma incubadora de empresas, com capacidade para dez iniciativas, onde as empreendedoras poderão desenvolver o seu projecto até um período máximo de dois anos.

Neste centro, as empresárias "terão ao seu dispor um vasto leque de informações, que vão desde a formação ao aconselhamento empresarial, assegurado por consultores experientes que darão apoio avaliação e execução inicial do seu projecto", refere Armindo Monteiro.

Além desta valência, a infra-estrutura contempla um Centro de Acolhimento. Trata-se de um espaço cuja razão de ser se centra em três funções basilares: "Acolher os filhos das mulheres que já desenvolvem ou pretendem vir a desenvolver uma actividade profissional, ajudando a promover a harmonização da vida profissional e familiar; promover a formação e estágios profissionais ligados a esta área (educadores infantis e auxiliares de educação); incubação de projectos empresariais ligados à área educativa".

Na opinião de Armindo Monteiro, o grande trunfo deste programa - financiado pelo Plano Operacional de Emprego, Formação e Desenvolvimento Social (POEFDS) - "é a interactividade entre os vários instrumentos que o integram".

Com arranque previsto para os próximos meses, o PIAF não será limitado pela sua localização a norte do país. Segundo Armindo Monteiro, "o projecto beneficia da rede de delegações que a ANJE tem em todo o país para atingir o seu público-alvo".

Os critérios de selecção, garante Armindo Monteiro, serão os mesmos utilizados com os empreendedores masculinos - inovação, exequibilidade financeira, etc. -, ou não estivesse em causa a igualdade de oportunidades.





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