Vítor Andrade
SUBITAMENTE, o desemprego deixou de ser tema de conversa de café,
de abertura de telejornais e de manifestações de espanto
por parte da classe política e também dos dirigentes sindicais.
Até parece que o país está a passar por uma espécie
de anestesia social, onde o futebol e os 'fait-divers' vão dominando
as preocupações gerais.
Acontece, porém, que o problema da perda de postos de trabalho
continua bem presente e é muito provável que venha ainda
a agravar-se, com novos (mais que certos) encerramentos de fábricas,
nomeadamente nos sectores que agora se debatem com a concorrência
directa da China e do Leste europeu.
Para evitar dramas maiores é bom que o país tome consciência
da realidade, que não se refugie no 'berço' do Estado social
e que invista seriamente na qualificação dos seus recursos
humanos. Afinal de contas é praticamente o único que nos
resta.