Fernanda Pedro
O CENTRO de Formação Agrícola
de Almeirim é um dos centros do país com maior
oferta de cursos. Em 2002 desenvolveu 32 acções
de formação, algumas com índices de
empregabilidade de 100%.
A FORMAÇÃO é algo que nenhum
sector pode descurar, nem sequer em momentos de crise. E mesmo
em tempo de "vacas magras", o Centro de Formação
Agrícola de Almeirim, que se encontra sob a gestão
da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP)
desde 1991, não deixou de investir nessa área.
Em 2002, desenvolveu 32 acções, com uma média
de 12 formandos por curso. Hoje é um dos centros do país
com mais oferta em termos de formação agrícola.
De acordo com Clara Guerreiro, directora do centro, "a
formação é um investimento pessoal e profissional,
e cada vez mais existe a consciência generalizada da sua
importância".
O leque de oferta é vasto. Desde a formação
inicial de qualificação para jovens à procura
do primeiro emprego, passando pela formação inicial
inserida no sistema nacional de aprendizagem - que confere aos
jovens equivalência ao 9º e ao 12º anos de escolaridade
- e pelos cursos de educação e formação
de adultos, até à formação contínua
para actualização e aperfeiçoamento de conhecimentos
e de qualificação profissional, tudo é ministrado
na Herdade dos Gagos em Almeirim.
Além disso, o centro promove ainda a reciclagem e formação
pedagógica de formadores e coordenadores de acções
de formação - este ano vai introduzir o "e-learning"
nesta especialidade - e dá formação de longa
duração a desempregados.
"As acções não são só
na agricultura mas também em áreas transversais.
A aplicação das novas tecnologias nas explorações
agrárias é uma realidade actual, daí que
a introdução da informática na formação
tenha sido uma das nossas últimas apostas e das mais pretendidas
pelos formandos", revela Clara Guerreiro.
Outro dos cursos mais procurados é o destinado a jovens
empresários agrícolas. "Nesta acção
o índice de empregabilidade é de praticamente 100%.
No último curso, 60% dos alunos estabeleceram-se por conta
própria e 40% foram trabalhar por conta de outrem",
refere a directora do centro. Também no sistema nacional
de aprendizagem, 90% dos formandos conseguem emprego.
De acordo com esta responsável, muitos dos jovens que procuram
o centro de formação de Almeirim pretendem prosseguir
uma herança familiar. "A agricultura moderna já
substituiu a tradicional em muitas zonas do país. Isso
obriga a uma formação adequada e os pais delegam
nos filhos a tarefa de estudarem para se modernizarem",
explica.
Além destes cursos, o centro de Almeirim tem ainda um Centro
de Reconhecimento, Validação, Certificação
e Competências (CRVCC), reconhecido pelo Ministério
da Educação.
Tem por função certificar os conhecimentos daqueles
que vão adquirindo competências ao longo da vida,
nomeadamente os níveis de escolaridade (4º,6º
e 9º ano) a quem tenha idades compreendidas entre os 18 e
os 64 anos. "Para este processo adoptámos a medida
de ir ao encontro das pessoas. Em 2002, visitámos várias
corporações de bombeiros e algumas câmaras
municipais", salienta Clara Guerreiro.
Outro dos serviços de Almeirim é o Centro de Recursos
em Conhecimento (CRC) do sector agrícola, integrado na
rede de CRC do Instituto para a Inovação na Formação
(INOFOR). Este centro encontra-se equipado com biblioteca, mediateca
e computadores com acesso à internet.