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A nova Era do recrutamento em TI

A nova Era do recrutamento em TI

Têm empregabilidade quase total e em algum dos casos o mercado não consegue mesmo encontrar profissionais disponíveis nas TI. Mas para trabalhar nesta área não é apenas necessário ter competência técnica. O recrutamento para o setor das Tecnologias de Informação é cada vez mais profissional e as empresas valorizam quem não só é bom tecnicamente, como também dá cartas nas competências humanas e de relacionamento interpessoal.
25.06.2010 | Por Cátia Mateus


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Atualmente os profissionais das Tecnologias de Informação (TI) vivem uma situação próxima do pleno emprego, apesar da difícil conjuntura económica que atinge as economias mundiais e da taxa de desemprego nacional ter alcançado a fasquia dos 10,8%. Se há área de formação capaz de causar inveja aos demais, é esta. A grande maioria dos licenciados encontra emprego ainda nos bancos das universidades. Mas as competências que lhes são exigidas pelo mercado de trabalho estão cada vez mais longe de se restringirem à componente tecnológica. As designadas soft skills são elementos de avaliação obrigatória para quem recruta e podem ditar o sucesso ou insucesso de uma nova contratação.

Contratar a pessoa certa para o lugar exato tem muito que se lhe diga e a área das TI não foge à regra. Contratar para este segmento de mercado, pela sua especificidade, é cada vez mais complicado. A globalização aumenta a necessidade de que um bom profissional não seja apenas tecnicamente, mas também ao nível das aptidões comportamentais (soft skils). Por esta razão, a grande maioria das empresas de TI delega os processos de recrutamento a organizações especializadas.

Segundo o estudo “Os 7 pecados mortais do recrutamento em TI”, recentemente divulgado pela IT Search, empresa vocacionada para o recrutamento de quadros ligados às TI, “oito em cada dez gestores portugueses preferem um parceiro especializado no momento de recrutar”. Paulo Marcelino, diretor acredita que neste setor ainda persistem falhas de peso que é preciso ultrapassar. Compreender que o candidato ideal tem de ser bom tecnicamente mas, por exemplo, tem também de ter ótimas aptidões de trabalho em equipa ou competências de gestão já que não vai trabalhar isoladamente, é fundamental. Paulo Marcelino afiança que “no momento em que nos encontramos, as empresas não se podem dar ao luxo de recrutar a pessoa errada e há erros que é obrigatório evitar” (ver caixa).

Com efeito, Isabel Meireles, diretora executiva da região Norte da empresa de recrutamento Egor, confirma que “os profissionais da área das TI vivem neste momento, em Portugal, uma situação de pleno emprego. A procura destes profissionais chega mesmo a ser maior do que a oferta”. Programadores, webdesigners e engenheiros de sistemas figuram entre os mais procurados. Mas as suas competências, enfatiza a especialista, vão além da tecnologia pura e dura. “No mercado atual e com o posicionamento global das empresas, os conhecimentos dos profissionais da área das TI não se devem restringir apenas à informática. É fundamental que estes profissionais tenham também conhecimentos nas áreas passa quais estão a conceber e desenvolver software e hardware, sem falar nas cada vez mais necessárias noções de gestão de recursos humanos”.

Isabel Meireles não tem dúvidas que “as soft skills são fundamentais e, de uma forma transversal, procuram-se candidatos que se possam ajustar à cultura organizacional da empresa que contrata e aos respetivos valores”. Contudo, “independentemente da idade ou formação, são genericamente valorizados talentos que consigam combinar a excelência técnica, a inovação, a criatividade, a capacidade de trabalhar em equipa e a integridade para com clientes e colegas”, explica a especialista. Mas os profissionais das TI enfrentam ainda outro desafio. Dada a celeridade com que o saber nesta área se torna obsoleto, “a principal preocupação das empresas é identificar pessoas ágeis e curiosas intelectualmente, criativas e inovadoras na ação”, assegura Isabel Meireles.

Para um candidato, manter-se apetecível num mercado dinâmico como este exige trabalho. “Pelo facto deste ser um setor de mercado bastante promissor, esta atividade profissional é frequentemente escolhida por profissionais com outras formações, como por exemplo, engenheiros eletrotécnicos ou de eletrónica. Assim, torna-se importante que os profissionais desta área atualizem os seus conhecimentos ao longo da vida ativa de forma a representarem a maior mais-valia para as entidades empregadoras. Tanto mais que é incontornável que os desenvolvimentos tecnológicos na área da informática são tão rápidos que qualquer profissional necessita forçosamente de se manter atualizado ao longo da vida, apostando continuamente na sua formação”, frisa a especialista.

Uma ideia defendida também pelo administrador da Egor, Amândio da Fonseca, que chama a atenção para o facto do mercado de trabalho destes profissionais estar longe de se restringir a Portugal. Se há profissão com cariz internacional é esta. “Apesar da crise em que mergulhou o mercado de trabalho nacional, os profissionais das TI continuam a usufruir de uma situação de relativo privilégio já de desfrutam não apenas da procura decorrente da crescente informatização das empresas em Portugal, mas também de uma procura alargada a nível internacional que lhes abre oportunidades de carreira muito interessantes em nichos específicos de especialização”. O responsável releva que neste momento a empresa que lidera está a liderar, com alguma dificuldade de resposta no mercado, um processo de recrutamento de programadores em SQL para trabalharem em Madrid, “visto que há também grande dificuldade em encontrar este tipo de profissionais em Espanha”, comenta. De resto, segundo Amândio da Fonseca, “Portugal é muito procurado por empresas internacionais que vêm às nossas universidades recrutar de forma sistemática os nossos finalistas, nesta área”.

Álvaro Fernandéz, director-geral da Michael Page em Portugal, confirma-o ainda que refira que: “cada vez mais, as universidades portuguesas formam profissionais com sentido empreendedor que investem de forma clara na internacionalização. Existe, no entanto, uma margem de exportação de know how, mas que não se apresenta como crescente”. O especialista frisa que “o recrutamento nesta área esta cada vez mais exigente. As empresas procuram, sobretudo, capacidade de realização, automotivação para autoformação e capacidade de desenvolvimento de competências de forma a permitir a diferenciação nas estruturas onde serão integrados”.
Refere Álvaro Fernandéz que “as competências técnicas são cada vez mais valorizadas, exigindo-se a capacidade de desenvolver atividades técnicas complexas com grau de autonomia acentuado, a conceção de projetos entre outras tarefas. Porém, a capacidade de desenvolver atividades comerciais, quer se trate de direções de sistemas de informação que lidam com clientes internos, quer se trate de empresas que prestam serviços na área das TI, são também cada vez mais solicitadas”.

Tecnologias web são as áreas que mais recrutam para funções que são, maioritariamente Developer Project Managers e analistas funcionais ou de processos. O mercado dá valor a profissionais que apostem na formação continua e reconhece a polivalência, embora continue a valorizar mais a especialização. Em qualquer dos casos, a regra é acompanhar à luta a evolução tecnológica para não perder terreno nem competitividade no mercado de trabalho.

Recrutamento à prova de fracasso

Ao conduzir um processo de selecção na área das Tecnologias de Informação (TI) há erros que as empresas de recrutamento têm de evitar para garantir que aquele é o profissional certo para determinado lugar. Tome nota dos erros a evitar:

. Jamais deixe de estruturar a imagem que a empresa passa durante as entrevistas de recrutamento. Essa é a primeira visão que o seu futuro colaborador terá da empresa e a postura que ele adotará no dia-a-dia, será inspirada no que lhe deu a conhecer;
. Evite ter diferentes pessoas a conduzirem entrevistas de emprego. É fundamental haver sintonia no processo de recrutamento;
. Não demore demasiado tempo a tomar a decisão e a comunicá-la a decisão aos candidatos;
. Não prenda a escolha do candidato por uma tentativa de consenso global. Nunca o mesmo candidato agradará a todos;
. Não estabeleça níveis rígidos de remuneração que não permitam a negociação;
. Não ignore o candidato após o recrutamento. É necessário que o acompanhe na fase de adaptação para garantir que a empresa tire o melhor proveito do investimento que acabou de realizar.



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