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A cidade da indústria

A investigação e a inovação estão na mira da cidade de Guimarães que já percebeu serem estes os factores-chave para uma urbe que quer posicionar-se competitivamente no século XXI
15.06.2007


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Fernanda Pedro
Guimarães pretende tornar-se no futuro uma região do conhecimento, das indústrias e serviços e que se utilize a investigação e a inovação como o seu maior capital. Outra das prioridades de crescimento na cidade é a área do turismo, quer o de férias, motivado pela classificação da UNESCO, quer o profissional e de congressos. Estas são algumas das apostas da autarquia vimaranense para a cidade, reveladas por António Magalhães, presidente da Câmara Municipal de Guimarães.

Além da dinamização destas vertentes, o autarca refere que Guimarães apresenta ainda bons índices demográficos com um nível etário baixo, sendo uma das regiões mais jovens da Europa. A industrialização é também outro dos factores fortes em termos económicos e de empregabilidade. Apesar do predomínio têxtil, existem sectores industriais com grande peso económico, como cutelarias, petroquímica e metalomecânica.

António Magalhães salienta ainda a importância da formação na região, tendo uma universidade muito dinâmica. A Universidade do Minho, com pólo em Guimarães, aposta na criação de interfaces com o meio empresarial, sendo também no Campus de Azurém que está sediada a escola de engenharia. “Estas interfaces têm dado um contributo que já hoje começa a notar-se para a modernização e diversificação do tecido económico, particularmente do industrial”, salienta o responsável. Com a abertura do Avepark — Pólo do Parque de Ciência e Tecnologia do Porto, irá proceder-se à instalação de laboratórios universitários e empresas tecnológicas, acompanhada pela fixação de investigadores e pela qualificação do emprego.

“O Avepark e também o CampUrbis — um projecto com a UMinho prevê a reabilitação integral de um quarteirão com vestígios arqueológicos industriais (couros e curtumes) visando a instalação de valências universitárias e «spin-offs» — corporizam, neste momento, as principais apostas neste domínio”, adianta António Magalhães. O executivo refere que pretende combater o desemprego dando formação a activos, e criar estratégias para a acabar com o abandono escolar. Em simultâneo estimular ou participar na diversificação industrial, na atracção de investimento e na qualificação do emprego.

Por outro lado, António Magalhães adianta que além da aposta na investigação e conhecimento, “estamos a apostar na criação de «Living Labs» nas áreas da saúde, privilegiando a utilização de tecnologias da comunicação no acompanhamento médico, e da sustentabilidade ambiental, particularmente no domínio da mobilidade urbana. Por outro lado, pretendemos aproveitar a Capital Europeia da Cultura 2012 para impulsionar o desenvolvimento de indústrias criativas e de conteúdos”, conclui o autarca.

Do calçado para a saúde

Teófilo Ribeiro Leite, como vimaranense formou-se em engenharia mecânica, na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Iniciou o seu percurso profissional na área do calçado e foi um dos responsáveis pela constituição da Indústria e Comércio de Calçado (ICC). Enveredou, entretanto, por um nicho de mercado, o calçado profissional e de segurança, constituindo a empresa Lavoro.

Mas Teófilo Leite não se ficou apenas pelo calçado, participa ainda em empresas que actuam na sua área de formação, a engenharia industrial. Além disso, decidiu alargar o seu campo empresarial e há 15 anos adquiriu 51% do capital social da Casa de Saúde de Guimarães. Neste momento está a dinamizar a construção do Hospital Privado de Guimarães. Um caso exemplar de um empreendedor de sucesso.

Esta nova etapa constitui para o empreendedor “a convicção de que a actividade é sustentável em qualquer dos estágios do seu desenvolvimento. A evolução das cirurgias de ambulatório, o «boom» dos seguros de saúde, as parcerias público-privadas, a existência ainda de zonas carenciadas de cuidados de saúde em geral ou de algumas especialidades médicas em particular, o aumento da procura de serviços privados por parte de cidadãos, a redefinição da relação do utente são alguns dos critérios que justificam hoje o crescimento da hospitalização privada”.

Para Teófilo Leite o futuro passa pelas suas diversas actuações empresariais, “que a ICC continue na senda do sucesso e que, na área da saúde, Portugal se permita criar um verdadeiro mercado neste sector”.

Radiografia da cidade

Localização: Litoral norte
Área: 24.232 hectares
N.º de freguesias: 69 freguesias
N.º de habitantes: 159.576 (Censos 2001)
N.º de desempregados: 10 958 (663 — primeiro emprego)/dados do IEFP
Sectores-chave: A cidade de Guimarães continua a ter no sector da indústria tradicional o de maior empregabilidade da região. Cerca de 70% das empresas representam a indústria têxtil. A indústria metalúrgica também se encontra neste número. Neste momento o sector que se encontra em expansão é o terciário ao nível dos serviços e comércio.





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