As soft skills foram identificadas pela União Europeia como uma das cinco competências-chave para a empregabilidade jovem, fundamentais para melhorar a acessibilidade ao primeiro emprego. Em Portugal, como noutros países da Europa, as fracas soft skills são um dos principais handicaps identificados pelo empregadores nos candidatos mais jovens. As causas deste gap de competências podem ser de várias ordens - curriculares, sociais ou até culturais - e para Paula Borges e Rita Alemão, especialistas em formação e em competências emocionais, é urgente inverter este cenário, sobretudo numa altura em que a Europa enfrenta um momento desafiante ao nível da empregabilidade jovem. Foi com este objetivo em mente que criaram a plataforma de formação online Skills Jovem, que será lançada na próxima semana com o objetivo de garantir qualificação gratuita a um universo de 620 mil jovens portugueses.
“O público-alvo da plataforma são jovens estudantes do ensino superior ou inscritos no Garantia Jovem, que desejam transitar da educação para o emprego”, explica Paula Borges. Mas além deste público, o programa poderá ter como beneficiários alunos que frequentam as escolas técnico-profissionais, “já que uma vez terminado o 12º ano nem todos os jovens optam pelos estudos superiores”, realça Rita Alemão.?A plataforma Skills Jovem que nasce no âmbito da APRICEM - Associação para a Promoção de Inteligência em Competências Emocionais, fundada por Paula Borges e Rita Alemão, conta com o patrocínio da McDonald's e da BP, o apoio do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) e do GRACE e o alto patrocínio o do Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social.
O seu funcionamento é simples. Através da página oficial da plataforma (www.skillsjovem.pt), os jovens realizam o seu registo (também o podem fazer a partir dos seus perfis nas redes sociais) e inscrevem-se gratuitamente nos cursos disponíveis. “A iniciativa Skills Jovem baseia-se num MOOC (massive online open course) em português, com a oferta de um percurso formativo online em seis competências interpessoais/ soft skills, transversais a todas as áreas profissionais: “Gerir-se a si próprio”; “Comunicar”; “Persuadir e Negociar”; “Liderar”; “Trabalhar em Equipa” e “Imagem Profissional”, explicam.
Este percurso formativo visa complementar o ensino das hard skills (estudos superiores/ conhecimentos técnicos) permitindo, segundo Rita Alemão, “democratizar o acesso a esta competência crucial para a empregabilidade jovem”. As mentoras do projeto falam de uma plataforma que garante uma formação acessível a todos, independentemente da sua localização geográfica, aprendizagem real com base em metodologias formativas online mais avançadas e a oportunidade de obter uma qualificação reconhecida, “construindo um curriculum de soft skills valorizado pelo mercado de trabalho nacional e internacional”, acrescentam.