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60% das empresas querem manter o número de colaboradores

60% das empresas querem manter o número de colaboradores

Com o debate nacional instalado em torno do impacto das alterações à Taxa Social Unica no rendimento e no consumo dos portugueses, bem como no seu resultado prático na criação de novos empregos, a empresa de executive search MRINetwork divulga os dados do seu mais recente inquérito às intenções contratação das empresas em Portugal.
20.09.2012 | Por Cátia Mateus


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As conclusões não podiam ser mais claras: o número de empresas que planeia cortes nos quadros aumentou 12% face ao ano anterior, mas a maioria das empresas (60%) ainda estão decididas a manter os colaboradores. Até ao final de 2012, muito pode mudar no panorama que a MRINetwork traçou para o mercado de trabalho nacional. Em cima da mesa está um novo plano de austeridade, com novas medidas que apertam o cerco ao poder de compra dos portugueses e ao seu rendimento mensal. Apesar disso, a empresa de executive search MRINetwork mantém-se na expectativa. Os resultados do seu inquérito às intenções de contratação das empresas portuguesas (Hiring Survey) apontam para uma clara intenção dos empresários em manter ou aumentar os seus postos de trabalho nos próximos meses, mas o número de empresas decididas a apostar em novas contratações tenha sofrido uma quebra de 22% face ao ano passado. Os dados não tranquilizam Ana Luísa Teixeira, country manager e group coach CIGA da MRINetwork Portugal, que os considera muito pouco animadores para quem está desempregado. “Os resultados do Hiring Survey Portugal para este ano mostram que ainda que a tendência em manter o número de colaboradores continue a ser muito mais significativa que a tendência para aumentar ou diminuir o número total de colaboradores das empresas, constata-se que há um aumento bastante significativo, 12 pontos percentuais, na percentagem de empresas que pretende reduzir o seu capital humano”, explica Ana Luísa Teixeira. De acordo com as conclusões do estudo, realizado junto de 135 administradores, diretores gerais e de recursos humanos de empresas de todas as dimensões, 60% das empresas querem manter o seu número de colaboradores e 30% preveem efetuar reduções de efetivos. Apenas 10% das empresas ponderam recrutar. A líder da MRINetwork em Portugal explica que “a percentagem de empresas que pretendiam aumentar o número de colaboradores no ano passado caiu drasticamente em 22 pontos percentuais este ano”. Dos 10% de empresas que ponderam realizar novas contratações, 50% vão sobretudo investir no recrutamento de quadros técnicos especializados e o seu aumento não excederá os 5% do número total de colaboradores, ainda que 36% das empresas recrutadoras pondere aumentar as suas equipas entre 6 a 10%. Em matéria de novas contratações, 25% das empresas pensam admitir não quadros, 10% recém-licenciados e 5% contratarão para chefias intermédias. Entre as que ponderam realizar despedimentos (30%), as chefias intermédias, os quadros técnicos especializados e os não quadros serão os principais alvos da redução, com 23% das intenções cada um. 15% das organizações poderam também, segundo o levantamento realizado pelo estudo, despedir ao nível da direção de primeira linha. Administrativo, Comercial, Financeiro, Técnico e de Recursos Humanos serão os departamentos mais afetados pelos cortes e, de acordo com Ana Luísa Teixeira, “58% dos responsáveis por empresas de 251 a 500 colaboradores ponderam diminuir os seus quadros de pessoal”. Na generalidade, explica a responsável, a redução não excederá 5% do total de efetivos (41% das intenções), ainda que 23% ponderem despedir mais 15% dos colaboradores. As empresas do sector farmacêutico e de cuidados de saúde lideram as intenções de contratação com 20% dos inquiridos empresários referidos a confirmarem esta aposta, logo seguidas pelas tecnologias de informação, com 19% a perspetivarem novas contratações. No que respeita à tendência generalizada para a manutenção dos colaboradores, esta terá maior peso nas empresas do sector do Grande Consumo, onde 86% dos empresários assume a intenção de não efetuar alterações no número de trabalhadores. Em matéria de cortes, é a construção civil a mais penalizada com despedimentos. 70% das empresas do sector admitem a necessidade de despedir, uma realidade que pode também atingir o sector da logística (36%). E apesar da elevada taxa de desemprego e do número crescente de profissionais que procuram uma oportunidade, não deixa de ser curiosa uma das conclusões do estudo. É que segundo o Hiring Survey, 21% dos empresários inquiridos antecipa alguma dificuldade em encontrar os candidatos adequados. Uma tendência que é mais acentuada nas tecnologias de informação.


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